domingo, outubro 21, 2007


Fico aqui, presa em mim, num quarto que me parece cada vez mais pequeno, que me aperta... Sinto-me só, tão só... Fico assim a olhar para o telemovel na esperança que ele toque... mas do outro lado apenas oiço o silêncio de uma linha morta... Peço-lhe para tocar mas ele não me ouve nem me responde. Lanço os meus pós de pirilim pimpim e nem assim... Já não tenho a magia que acreditava ter... Já não consigo mover os mundos e deixar acontecer. Escrevo folhas e mais folhas e as palavras certas teimam em não sair. E as cartas, todas elas, parecem vazias, como se de uma brincadeira se tratasse... porque não dizem nem expressam todo o emaranhado de sentimentos que se refugiam dentro de mim. Queria arranca-los (!) para me sentir mais leve... Pois, sem eles, acredito que conseguiria voar... Mas não sou dona de mim própria e os livros que leio não me ensinam a fazê-lo. E continuo neste quarto que me aperta, e sinto-me só, tão só... E o telemovel, esse (?), continua mudo, tão mudo...

3 comentários:

Anónimo disse...

Solidão não é a falta
De gente para conversar
Namorar ou fazer sexo…
Isto é carência
Solidão não é um sentimento
Que experimentamos
Pela ausência de entes queridos
Que não podem mais voltar
Isto é saudade
Solidão não é um retiro voluntário
Que a gente se impõe, às vezes,
Para realinhar os pensamentos…
Isto é equilíbrio
Solidão não é o claustro
Involuntário que o destino
Nos impõe compulsoriamente
Para que revejamos a nossa vida…
Isto é o princípio da natureza
Solidão não é o vazio
De gente ao nosso lado…
Isto é circunstância
Solidão é muito mais que isto.
Solidão é quando nos perdemos
de nós mesmos e procuramos
em vão pela nossa alma.

Chico Buarque

Nunca estás tao só como julgas estar...

João Marcelo disse...

Não te deixes desencantar. O mundo ficava tão mais triste sem a magia dos teus sonhos...

Marta da Cunha e Castro disse...

Mas os meus sonhos são assim tão mágicos?!