
Em traços gerais, este filme não foge à regra, apresentando-nos Sean (Ryan Guzman) e Eddy (Misha Hamilton), líderes de The Mob, um grupo de dança especializado em Flash Mobs. Inicialmente uma forma de arte ao serviço de uma competição organizada pelo Youtube, as exibições dos The Mob
 adotam a forma de protesto quando um abastado homem de negócios, Mr. 
Anderson (Peter Gallagher) ameaça demolir um bairro característico de 
Miami, para aí construir um empreendimento turístico. A lutar por esta 
causa estará também a sua filha Emily (Kathryn McCormick, de Do You Think You Can Dance), aspirante a bailarina profissional, que após conhecer Sean passa a integrar os The Mob.
À semelhança do seu antecessor, este filme volta a apostar no impacto
 visual e sonoro, num nível substancialmente superior e em 3D 
justificado. The Mob é um grupo com um grau de organização 
notável, efeitos especiais fortes, coreografias complexas, uma logística
 considerável, e recursos potentes no âmbito das novas tecnologias, que 
vem afirmar a deslocação da tónica da dança nua e crua para a composição
 complexa a que temos vindo a assistir, e que aqui atinge o seu máximo.
O elemento temático da luta de classes mantém-se presente ao longo da série, e neste quarto filme identifica-se com o occupy movement
 disfarçado de protesto pela arte, globalizando, necessariamente, a 
questão e mudando o campo de batalha. As personagens, ainda que tratadas
 de modo profundamente superficial não são, à semelhança do anterior, 
adolescentes rebeldes em busca de afirmação pessoal perante os rivais, 
mas antes um grupo a lutar por uma vida melhor, que aqui abraça uma 
causa. O estandarte ostentado Um passo pode mudar o teu mundo, basicamente, diz tudo e, ainda assim, pouco.
Em mãos com um elenco, fundamentalmente, amador nas lides 
interpretativas, era imperativo que a componente de dança não 
desiludisse, o que não só sucede, como eleva o filme a outro nível neste
 campo. A diversidade musical amplia-se e aposta na vertente 
contemporânea; o que se perde em argumento ganha-se em dança, sem dúvida
 a protagonista. Acrescente-se uns detalhes, como o artista local que 
assina as obras dos The Mob, e a pequena participação da coreógrafa Mia Michaels (Olívia).
Desde o filme original que verificamos a tendência para manter alguma 
ligação entre as fitas, não obstante o afastamento da tónica original, 
quase sempre assegurada através da inclusão, mesmo que em pequenas 
aparições, de atores do filme ou filmes anteriores, o que mais uma vez 
se confirma. A cena final recupera os sobejamente conhecidos atributos 
de Vlad (Chadd Smith), Jenny (Mari Koda), Hair (Christopher Scott), e 
Moose (Adam Sevani), procedentes dos dois filmes anteriores, e amplifica
 a já sugerida multiculturalidade e universalidade inerentes à dança.
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