quarta-feira, agosto 08, 2012

AE Step Up - Revolução

Em traços gerais, este filme não foge à regra, apresentando-nos Sean (Ryan Guzman) e Eddy (Misha Hamilton), líderes de The Mob, um grupo de dança especializado em Flash Mobs. Inicialmente uma forma de arte ao serviço de uma competição organizada pelo Youtube, as exibições dos The Mob adotam a forma de protesto quando um abastado homem de negócios, Mr. Anderson (Peter Gallagher) ameaça demolir um bairro característico de Miami, para aí construir um empreendimento turístico. A lutar por esta causa estará também a sua filha Emily (Kathryn McCormick, de Do You Think You Can Dance), aspirante a bailarina profissional, que após conhecer Sean passa a integrar os The Mob.

À semelhança do seu antecessor, este filme volta a apostar no impacto visual e sonoro, num nível substancialmente superior e em 3D justificado. The Mob é um grupo com um grau de organização notável, efeitos especiais fortes, coreografias complexas, uma logística considerável, e recursos potentes no âmbito das novas tecnologias, que vem afirmar a deslocação da tónica da dança nua e crua para a composição complexa a que temos vindo a assistir, e que aqui atinge o seu máximo.

O elemento temático da luta de classes mantém-se presente ao longo da série, e neste quarto filme identifica-se com o occupy movement disfarçado de protesto pela arte, globalizando, necessariamente, a questão e mudando o campo de batalha. As personagens, ainda que tratadas de modo profundamente superficial não são, à semelhança do anterior, adolescentes rebeldes em busca de afirmação pessoal perante os rivais, mas antes um grupo a lutar por uma vida melhor, que aqui abraça uma causa. O estandarte ostentado Um passo pode mudar o teu mundo, basicamente, diz tudo e, ainda assim, pouco.

Em mãos com um elenco, fundamentalmente, amador nas lides interpretativas, era imperativo que a componente de dança não desiludisse, o que não só sucede, como eleva o filme a outro nível neste campo. A diversidade musical amplia-se e aposta na vertente contemporânea; o que se perde em argumento ganha-se em dança, sem dúvida a protagonista. Acrescente-se uns detalhes, como o artista local que assina as obras dos The Mob, e a pequena participação da coreógrafa Mia Michaels (Olívia).

Desde o filme original que verificamos a tendência para manter alguma ligação entre as fitas, não obstante o afastamento da tónica original, quase sempre assegurada através da inclusão, mesmo que em pequenas aparições, de atores do filme ou filmes anteriores, o que mais uma vez se confirma. A cena final recupera os sobejamente conhecidos atributos de Vlad (Chadd Smith), Jenny (Mari Koda), Hair (Christopher Scott), e Moose (Adam Sevani), procedentes dos dois filmes anteriores, e amplifica a já sugerida multiculturalidade e universalidade inerentes à dança.

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