sexta-feira, janeiro 31, 2014

Brain vs Heart

Não sabia se aquele fosso era superável... Seria se ele fosse mais emocional, se ele fosse do tipo que se deixasse dominar pelas emoções, se ele amasse com o coração todo... Mas ele não o era. E ela sabia-o. Ele amava com a cabeça. Com ele tinha de ser tudo racionalizado. O amor, para ele, era fruto de uma profunda reflexão entre prós e contras, e de um exame até à medula das coisas. Não havia espaço para o improviso. E tudo o que saía da sua rota estipulada era um erro de cálculo, que podia pôr tudo em causa, todas as suas estruturas altamente pensadas. Tudo o que saía da sua zona de conforto assustava-o porque ele aí já não detinha o controlo. E para ele o controlo, especialmente sobre si mesmo, era o mais importante. Perguntava-se a si própria se tudo isto teria sido o resultado de algum trauma, de um primeiro grande amor... ou se teria nascido assim. Acreditava que alguém lhe tenha partido o coração para lá das palavras e que ele tenha decidido, para si mesmo, nunca mais se pôr numa posição em que tal pudesse sequer minimamente ser uma possibilidade.

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