sábado, abril 16, 2016

Visita às Galerias Romanas da Rua da Prata


Esta estrutura romana, descoberta no subsolo da Baixa de Lisboa, em 1771, na sequência do Terramoto de 1755 e posterior reconstrução da cidade, tem sido objecto, ao longo do tempo, de múltiplas interpretações quanto à sua função original. Actualmente, teses quase unânimes avançam a possibilidade destas galerias romanas terem sido um criptopórtico, solução arquitectónica que criava, em zona de declive e pouca estabilidade geológica, uma plataforma horizontal de suporte à construção de edifícios de grande dimensão, normalmente públicos, como é o caso do Forum da cidade, que teria sido suportado por este criptopórtico. 

A descoberta de uma inscrição consacratória a Esculápio, Deus da Medicina, em nome de dois sacerdotes do culto imperial e no do Município de Olisipo, gravada numa das faces de um bloco paralelepipédico de calcário e datada do séc. I a.C., actualmente no Museu Nacional de Arqueologia, poderá ser uma confirmação do carácter público deste edifício. 

No início do séc. XX, estas galerias ficaram conhecidas como as Conservas de Água da Rua da Prata por serem utilizadas pela população como cisterna. As suas características construtivas, tipologia e materiais associados remetem-nos para uma construção datada entre o séc. I a.C. e o séc. I d.C., contemporânea de outros edifícios públicos da cidade romana de Olisipo. 


Abertas ao público com regularidade a partir da década de 80 do séc. XX, são visitáveis, hoje em dia, apenas uma vez por ano, devido à acumulação de água no interior das galerias. A bombagem dessa água com maior frequência, para além de constituir um processo moroso, poderia colocar em risco a conservação do edifício assente sobre esta estrutura romana, assim como a daqueles que lhes estão anexos. O acesso ao interior é feito através de um alçapão localizado na Rua da Conceição. 

Este monumento integra a classificação do Conjunto Baixa Pombalina (Imóvel de Interesse Público) e, mais recentemente, do Conjunto Lisboa Pombalina (Em Vias de Classificação para Monumento Nacional). 

Visitáveis duas vezes por ano.


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