segunda-feira, novembro 23, 2015

Era uma vez.

Era uma vez um menino. Um menino que tinha o mundo mas que se sentia sozinho. Muito sozinho. Por isso, sonhava. E enquanto era platónico, era seguro. O mundo era dele e somente dele. Não havia caminho ou rua que desconhecesse. Jamais se poderia perder ali. Sonhava de vez em quando em conhecer outra galáxia mas tinha medo do infinito. A mudança sempre o tinha assustado. Mas gostava de sonhar. Sentia-se maior com a possibilidade. O que não sabia era que um sonho quando sonhado sozinho é apenas um sonho, mas quando sonhado a dois é toda uma realidade. Portanto não mediu as palavras quando o partilhou com ela. Com a menina. O sonho. Aquele que sonhava de vez em quando. Não ajustou a intensidade da imaginação para que ela não sentisse a necessidade de sonhar também. Porque não sabia que ao fazê-lo abdicaria do controlo. E o controlo era a única coisa que possuía. E ao não fazê-lo, despercebido, correu o risco. O risco de ela sonhar também.

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