quarta-feira, setembro 08, 2010

Papabubble

A primeira loja de rebuçados artesanais de Lisboa já abriu as portas. Só que esta não se limita a vender doces: fabrica-os à mão e em frente aos clientes, conta Catarina Sacramento. A maior graça da Papabubble está em não ser mais uma loja com caixas e caixinhas de doces, onde se entra, escolhe-se, paga-se e adeusinho, até amanhã. Aqui é diferente: pode-se ficar a ver os rebuçados a ganhar forma diante dos nossos olhos. Metros e metros de uma pasta melosa a ser trabalhada, para daí a uma ou duas horas se converter em centenas de peças minúsculas e coloridas, com mais de 30 sabores. Por isso é que lhes chamam rebuçados artesanais: contam-se pelos dedos os sítios no mundo onde ainda se usa este método. “Se forem vinte é muito”, garantem-nos os donos.

A primeira Papabubble abriu em Barcelona, em 2003, pela mão de dois australianos, Tommy Tang e Crick. Hoje já são seis lojas, em países diferentes, e a de Lisboa foi a mais recente nesta contagem. Vasco Pinto e Nuno Couceiro quiseram trazê-la para Portugal porque apesar de ser um franchising, tem um lado original que os atraiu. Uma loja de rebuçados como esta é por si só uma espécie de monumento à pop. As cores, as formas – todo o aspecto visual tem qualquer coisa de magnético. Mas esta ainda tem um atractivo extra: dá para ver os rebuçados a serem feitos em tempo real.

Por isso, não espanta que um fotógrafo e um arquitecto tenham acreditado que também podia resultar em Lisboa. Esta ideia de loja-espectáculo só é possível porque há dois candy makers a trabalhar (quase) em permanência, com um vidro a separá-los dos olhares curiosos dos clientes. Tiveram formação em Barcelona e Amesterdão; agora chegou a hora de pôr tudo em prática.

Juntar as essências e os corantes à água, açúcar e glucose nem é a parte mais difícil. O maior segredo está nos nano-mini-micro desenhos que, no final, aparecem em cada rebuçado: imagens minúsculas de um morango, um ananás ou uma melancia perfeitamente visíveis numa rodela com um centímetro. Parece magia o que sai das mãos de Nuno e Sónia. Mas é arte.

Os sabores também fazem a diferença, garantem. Além das frutas (lima, manga, framboesa, maracujá, kiwi… – a caixa de 200g custa 5,90€), há rebuçados de eucalipto, violeta ou canela e almofadinhas com recheios (chocolate, menta, coco), outros super-ácidos e também sem açúcar. E depois há as formas, onde procuram “ir sempre surpreendendo”: desde os chupa-chupas do tamanho que se queira, até 80 cm (os normais custam 4,20€) ao objecto mais provocador que lá têm à venda – um dildo (17€).

A somar à doçaria em exposição, personalizar é a palavra-chave. Por encomenda, fazem o que o freguês quiser. De logótipos de empresas, a Hello Kittys ou super-homens dentro de rebuçados, vale tudo. Até já lhe pediram “coisas mais bizarras, como um peixe com cara de caveira”, conta Nuno. A imaginação é o limite.

In Time Out


Para quem quiser dar lá um pulinho:

Papabubble

Rua da Conceição, 117-119
Horário: segunda a sábado | 10h30-19h30
Tel.: 213 427 026
E-mail: lisboa@papabubble.com

2 comentários:

PVB disse...

Ele têm chupa-chupas em forma de dildo?! Esse eu nao encontrei por lá, deve ser bem interessante...

Marta da Cunha e Castro disse...

Tu és terrivel!! Pa que é que querias isso?! :P