terça-feira, maio 19, 2015

Novo Acordo Ortográfico: Não obrigado!


Quero deixar aqui bem expresso que é exactamente por ter orgulho no meu país e na minha língua, que sou contra o novo acordo ortográfico. E, como tal, enquanto puder, continuarei a escrever tal como me foi ensinado na escola e em bom português.

E para aquelas mentes tacanhas que dizem que só aqueles que escrevem coisas como "agente vamos", "durmir", "há-des", "á", "hà", "haviam", e que criticam Portugal por tudo e por nada, é que são contra o novo acordo, só tenho uma coisa a dizer: badamerda!! E não, não escrevo nem falo com erros!!! E não, não critico tudo o que cá se passa!!! Critico sim o que acho mal, aqui ou noutro lado qualquer. Não critico por criticar. O acordo não é uma evolução, mas sim um retrocesso. E mais do que um retrocesso, é uma ofensa à nossa génese enquanto povo e nação. E o mais triste de tudo é que ainda por cima fomos o único país a adoptá-lo. Impressionante como, às vezes, conseguimos ser tão pequeninos... (E atenção que eu sempre achei Portugal um grande país, independentemente de todos os defeitos que possa ter. E quem tal como eu já teve a oportunidade de visitar outros países percee perfeitamente o que quero dizer!).

A verdade é que não há qualquer uniformização, o que há é um grande lobbie. Ou acham mesmo que isto foi feito para sermos todos mais iguais?! E ainda que fosse para sermos todos mais iguais, eu orgulho-me das minhas diferenças. E Portugal deveria orgulhar-se também. Não sou eu que tenho de falar "brasileiro", no máximo são os barsileiros que tem de falar português, porque que eu saiba a lingua de que se fala e que se fala é o português.

E caso não saibam, esta proposta já estava há 10 anos na gaveta alimentada pelos lobbies das editoras e afins, que assim desta forma vão ganhar milhares de euros com o facto de já não precisarem de traduzir livros e quaisquer outros manuscritos. Desenganem-se meus amigos, estas coisas não acontecem por acaso ou porque sim... acontecem porque há muito dinheiro por detrás a mexer cordelinhos!!

E já agora ao argumento de que uma língua deve ser algo em constante mutação, seguido a própria evolução das gentes, como foi o caso do "bué" ter sido introduzido no dicionário como uma nova palavra, a isso respondo: uma coisa é incorporar palavras devido à evolução da lingua, como foi o este caso, outra completamente diferente é assassinar uma lingua e as suas raizes culturais porque há outro povo que fala a mesma lingua que nós (pelo menos na sua génese), só porque eles são mais numerosos do que nós. E se uma lingua deve reflectir a sua fala, porque é que a minha agora deveria o "brasileiro"?! Da última vez que vi ainda falava português.

Portugal pode ser pequenino, mas é grande, e não se deve curvar nem ceder e muito menos esquecer-se da sua génese. Não vimos por certo o Reino Unido a deixar de escrever como escreve só porque os Estados Unidos também falam a sua lingua. E acreditem que entre eles a única diferença não é sotaque, também há bastante diferenças a nível de escrita. Mas, como é óbvio, uma proposta tão ridicula como esta para eles nem nunca esteve em cima da mesa. E duvido até que algum dia tenha sido considerada. Porque eles orgulham-se de si próprios. Coisa que nós deviamos fazer mais.

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