sexta-feira, julho 13, 2007

Surrealismo e mais além - Colecção Berardo

Telefone afrodisiaco branco - Salvador Dalí

( Feito por 4autores diferentes)


O casal - Óscar Domínguez

Fragmento de Liberdade- Jacques Hérold




Picasso

O beijo - Óscar Domínguez


Estudo de touro ao sol - Ashile Gorky



Roberto Matta

Manuel Ocampo



Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.
O surrealismo foi a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente por excelência. As suas origens têm lugar no Dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento artístico surge todas as vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Desta forma, caracteriza-se pelo facto da mente não controlar a mão do artista. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em Outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições. A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente.
A mulher surge como musa inspiradora para os artistas deste movimento, em especial a mulher-criança, com algo de boneca. Tinha um algo de ingénuo que facultava um melhor acesso ao mundo do maravilhoso. Também a sexualidade, o afrodiasico, o erótico, são aqui explorados.
Os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, familia, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra-lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.
Esta corrente expressou-se em todas as direcções, passando pela pintura, escultura, escrita, fotografia... Só mesmo a música ficou de fora. E só chegou a Portugal passado 23anos da sua existência... O que indica o atraso do nosso país em termos de arte, muito devido ao regime politico em que cá se vivia.
Mais do que um estilo, o Surrealismo foi um estado de espirito, uma forma de viver.

1 comentário:

Nuno Alves disse...

Ai estão mais umas tantas fotografias que me tens de arranjar... Pode ser à troca das que eu tenho =P