sexta-feira, julho 24, 2009

Concerto de Anastacia


Nos últimos meses foram várias as senhoras da pop a passar por território nacional para concertos de grande porte: de Beyoncé a Kylie Minogue, passando pela estreante Katy Perry, o poder no feminino teve como derradeira representante em nome próprio a norte-americana Anastacia.

Com um concerto no Rock in Rio Lisboa há 3 anos ainda em mente, o público acabou por receber esta noite uma cantora igualmente simpática mas com mais uns aninhos a pesar em cima (sim, o corpo continua bem delineado, mas a energia já não é a mesma).

O início foi promissor, com "One Day in Your Life" a rebentar na cara do (pouco) público que respondeu à chamada. Antes, os ecrãs que fundeavam o palco tinham exibido as capas dos álbuns de Anastacia, pelo que se esperava uma noite em formato best of.

Bem animada em palco, rodeada pela sua banda e imparáveis meninas do coro, Anastacia deu asas à sua voz nasalada e às suas capacidades comunicativas sem conseguir, no entanto, abafar uma falta de ritmo que não se esperava - as pausas foram demasiadas e raramente bem justificadas.

Balada atrás de balada - "Pieces of a Dream" e "I Belong to You" foram as mais aplaudidas - e êxito após êxito - "Paid My Dues", "Not That Kind" e "Why'd You Lie To Me" algo apagadas mas eficazes - a cantora lá foi conquistando um público fiel, entre algumas distracções que demonstram uma noção de espectáculo mais fraca que a que tinha apresentado há três anos - como as actuações doa dois bailarinos que encheram o olho à facção feminina do público (em clara vantagem) ou o convite para subir ao palco dirigido a uma criança e ao respectivo pai.

O discurso pacifista da artista - que tenta levar as pessoas para um mundo paralelo, que não é cor-de-rosa mas faz de conta que é: amor, tolerância e "as crianças são o futuro" são teclas bastante batidas - por muito sincero que seja acaba por quase transformar o espectáculo num discurso a roçar os apresentados pelas aspirantes a Miss num qualquer concurso de beleza.

Já quase no final, "Sick and Tired" roubou o protagonismo no alinhamento de um espectáculo que teria sido bem melhor se o encore tivesse contagiado o que se passara antes. O tema-título do mais recente álbum Heavy Rotation abriu o tempo extra em franca rotação electro, que infectou os dois maiores sucessos da cantora: "I'm Outta Love", tema que a deu a conhecer ao mundo, e "Left Outside Alone" transformaram-se em verdadeiros hinos das pistas de dança e não desiludiram.

Com as emoções à flor da pele (chegou a derramar algumas lágrimas), Anastacia lá continua o seu percurso, seguido fervorosamente por uma legião de fãs - que apesar de tudo parece ir diminuindo com o tempo, prova disso são os poucos que esta noite acorreram ao Pavilhão Atlântico. Os resultados discretos do último álbum e um espectáculo também a demonstrar perda de embalagem prognosticam, no entanto, pouca coisa de bom para o futuro da senhora dos óculos "fashion".





(In)confidência: Apesar desta ser a critica da Blitz, eu não concordo nada com ela. Achei que o concerto teve imensa energia e que ela é uma querida. É certo que o Pavilhão Atlântico não estava cheio mas acho que também se deve ter em conta que estamos em época de férias e de festivais e, como tal, é normal que este tipo de concertos acabe por perder "clientela".

2 comentários:

Unknown disse...

tb foste a este - tu papas tudo... sua papa passatempos!

Marta da Cunha e Castro disse...

Ehehehe =)
Há que me manter ocupada com alguma coisa!! =)