sexta-feira, julho 31, 2009
182º Postal
quinta-feira, julho 30, 2009
Para a inveja...
Vá, podem-se roer de inveja e chamar-me nomes... este é o hotel onde vou ficar no Egipto!! O Hotel Serenity Makadi =)
A Verdade e Só a Verdade
A história de Rachel Armstrong, uma jovem repórter da secção nacional do Capitol Sun-Times, um dos mais importantes jornais diários de Washington. Rachel escreve um artigo explosivo, revelando a identidade de uma agente da CIA sob disfarce, Erica Van Doren, que ao ser publicada desencadeia um verdadeiro vendaval, levando o Governo a pedir a identificação da fonte de Rachel.
Com o apoio do seu editor, Bonnie Benjamin, do advogado do jornal, Avril Aaronson e do marido, Ray, Rachel desafia o carismático e decidido Procurador, Patton Dubois. Quando Rachel também se recusa a revelar a sua fonte ao Juíz Distrital Hall, este acusa-a de desrespeito pelo Tribunal e manda-a para a cadeia, afirmando que só ela tem o poder de sair da cela e que o tempo a passar no Centro de detenção a ajudará a percebê-lo.
A história segue a dura experiência de Rachel atrás das grades, bem como a luta legal empreendida pelo seu advogado, Albert Burnside, que cita a Primeira Emenda da Constituição, quando leva o caso ao Supremo Tribunal de Justiça. Mas toda a gente está ansiosa por saber: quem é afinal a fonte e porque razão está Rachel disposta a sacrificar-se para a proteger?
Com o apoio do seu editor, Bonnie Benjamin, do advogado do jornal, Avril Aaronson e do marido, Ray, Rachel desafia o carismático e decidido Procurador, Patton Dubois. Quando Rachel também se recusa a revelar a sua fonte ao Juíz Distrital Hall, este acusa-a de desrespeito pelo Tribunal e manda-a para a cadeia, afirmando que só ela tem o poder de sair da cela e que o tempo a passar no Centro de detenção a ajudará a percebê-lo.
A história segue a dura experiência de Rachel atrás das grades, bem como a luta legal empreendida pelo seu advogado, Albert Burnside, que cita a Primeira Emenda da Constituição, quando leva o caso ao Supremo Tribunal de Justiça. Mas toda a gente está ansiosa por saber: quem é afinal a fonte e porque razão está Rachel disposta a sacrificar-se para a proteger?
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O terrivel mundo dos advogados
terça-feira, julho 28, 2009
Os limites do controlo
Depois de "Broken Flowers - Flores Partidas", protagonizado por Bill Murray, "Os Limites do Controlo" é o novo filme do aclamado realizador Jim Jarmusch. Filmado inteiramente em Espanha, junta o realizador a Christopher Doyle, o emblemático director de fotografia de filmes como "Disponível para Amar" (In The Mood For Love) e "Paranoid Park". O resultado é visualmente deslumbrante: a luz, as cores e a arquitectura espanholas são transformados em pinturas de rara beleza.
Isaach de Bankolé é o misterioso protagonista de "Os Limites do Controlo". Amigos há quase 25 anos, este é o quarto filme em que o actor colabora com o realizador, e esta personagem foi escrita especificamente para ele. O mesmo aconteceu com outros actores que nos habituámos a ver nos filmes de Jarmusch, como Tilda Swinton e Bill Murray, mas não só, também Paz de la Huerta, Youki Kudoh, e outros, tiveram direito a personagens escritas à medida. O elenco de luxo, oriundo um pouco de todos os cantos do mundo, compõe um conjunto impressionante de personagens que adensa a aura de mistério que envolve esta estranha conspiração.
O título do filme foi retirado de um ensaio escrito nos anos 70 por William S. Burroughs sobre a linguagem enquanto mecanismo de controlo. Embora só tenha pedido emprestado ao ensaio o título e não tenha incorporado o seu conteúdo no filme, o texto de Burroughs levou o realizador a questionar a nossa percepção das coisas e a forma como podem ser controladas. Enquanto inspirações directas para "Os Limites do Controlo", Jarmusch refere o filme "Point Blank", de John Boorman, maioritariamente do ponto de vista estilístico, e os filmes de Jacques Rivette. Estes abraçam a ideia de uma conspiração que não se consegue desvendar totalmente e que cresce entropicamente, de tal forma que no final do filme se percebe ainda menos sobre ela do que no início porque cresceu até ficar fora de controlo.
O que "Os Limites do Controlo" tem em comum com os filmes anteriores de Jarmusch é a ideia de um forasteiro numa terra estranha. Em termos de estilo, o filme está mais próximo de "Homem Morto" ("Dead Man") e em termos de narrativa provavelmente de "Ghost Dog: O Método do Samurai" ("Ghost Dog: The Way of the Samurai"). Um filme belo e misterioso passado numa Espanha, ao mesmo tempo familiar e estranha, emoldurada por esta conspiração obscura.
Isaach de Bankolé é o misterioso protagonista de "Os Limites do Controlo". Amigos há quase 25 anos, este é o quarto filme em que o actor colabora com o realizador, e esta personagem foi escrita especificamente para ele. O mesmo aconteceu com outros actores que nos habituámos a ver nos filmes de Jarmusch, como Tilda Swinton e Bill Murray, mas não só, também Paz de la Huerta, Youki Kudoh, e outros, tiveram direito a personagens escritas à medida. O elenco de luxo, oriundo um pouco de todos os cantos do mundo, compõe um conjunto impressionante de personagens que adensa a aura de mistério que envolve esta estranha conspiração.
O título do filme foi retirado de um ensaio escrito nos anos 70 por William S. Burroughs sobre a linguagem enquanto mecanismo de controlo. Embora só tenha pedido emprestado ao ensaio o título e não tenha incorporado o seu conteúdo no filme, o texto de Burroughs levou o realizador a questionar a nossa percepção das coisas e a forma como podem ser controladas. Enquanto inspirações directas para "Os Limites do Controlo", Jarmusch refere o filme "Point Blank", de John Boorman, maioritariamente do ponto de vista estilístico, e os filmes de Jacques Rivette. Estes abraçam a ideia de uma conspiração que não se consegue desvendar totalmente e que cresce entropicamente, de tal forma que no final do filme se percebe ainda menos sobre ela do que no início porque cresceu até ficar fora de controlo.
O que "Os Limites do Controlo" tem em comum com os filmes anteriores de Jarmusch é a ideia de um forasteiro numa terra estranha. Em termos de estilo, o filme está mais próximo de "Homem Morto" ("Dead Man") e em termos de narrativa provavelmente de "Ghost Dog: O Método do Samurai" ("Ghost Dog: The Way of the Samurai"). Um filme belo e misterioso passado numa Espanha, ao mesmo tempo familiar e estranha, emoldurada por esta conspiração obscura.
(In)confidência: O pior filme de sempre!!! Se é que se pode chamar aquilo um filme... É que nem sequer aguentei ficar na sala até ao fim, ameio vim-me embora...
Com o patrocinio da Take.
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segunda-feira, julho 27, 2009
domingo, julho 26, 2009
sexta-feira, julho 24, 2009
Onde raio é a Praça do Aeroporto?
Basicamente, decidi ir buscar o amor ao aeroporto e, como tou sem popo, tive de ir de autocarro. Até aqui tudo bem. Lá fui eu ver quais os autocarros que poderia apanhar a partir de 7 Rios para o aeroporto. E lá apanhei um em direcção a Moscavide, que dizia passar pela Praça do Aeroporto. Certo é que depois de uma hora a andar de autocarro, acabei por passar pela zona da Expo sem subir para o aeroporto, então decidi perguntar ao motorista se o autocarro não passava pelo aeroporto, ao que ele me respondeu que não... Confrontado com o facto do trajecto dizer que passava pela Praça do Aeroporto, ele respondeu que isso era na Praça de Espanha... Ah bom!!! Quer dizer que o aeroporto tem uma praça onde param autocarros, mas a Praça do Aeroporto é num sitio onde não há aeroporto... Hum, perfeito!!
Piaf no Politeama
Piaf é um espectáculo de Filipe La Féria segundo o texto de Pam Gems que teve a sua estreia nacional no dia 8 de Maio no Teatro Angrense da Ilha da Terceira e estreou no Teatro Rivoli no Porto merecendo o aplauso unânime do público e da crítica que considerou "o espectáculo mais sensível de La Féria" (Jornal de Noticias).
A vida da maior cantora francesa de todos os tempos que foi transportada recentemente para o cinema (Óscar da melhor interpretação feminina de 2008 para Marrion Cotillard) será agora representada em português num comovente espectáculo dirigido por Filipe La Féria. Das ruas sombrias de Pigalle, onde cantava e se prostituía na rua, à consagração mundial, Edith Piaf viveu em pleno uma vida intensa transformando-se no maior ícone do espectáculo do século XX.
Nascida no alvorecer do século passado, Piaf foi contemporânea dos dois conflitos mundiais, personalizando nas suas canções o tempo que tão ardentemente viveu.
Inspirada na vida e obra da cantora francesa Edith Piaf, a peça presentemente em cena no Politeama é da autoria de Paulo Gem, e tem encenação e adaptação de FilipeLa Féria.
No papel principal Wanda Stuart e Sónia Lisboa, alternadamente, contracenam com Paula Sá, que interpreta a diva da canção alemã da época, Marlene Dietrich, uma das amigas de Piaf. Destaque também para Noémia Costa, no papel de Toine e para Mafalda Drummonda, a antiga governanta Mafalda.
Sinopse
A vida da maior cantora francesa de todos os tempos que foi transportada recentemente para o cinema (Óscar da melhor interpretação feminina de 2008 para Marrion Cotillard) será agora representada em português num comovente espectáculo dirigido por Filipe La Féria. Das ruas sombrias de Pigalle, onde cantava e se prostituía na rua, à consagração mundial, Edith Piaf viveu em pleno uma vida intensa transformando-se no maior ícone do espectáculo do século XX.
Nascida no alvorecer do século passado, Piaf foi contemporânea dos dois conflitos mundiais, personalizando nas suas canções o tempo que tão ardentemente viveu.
Inspirada na vida e obra da cantora francesa Edith Piaf, a peça presentemente em cena no Politeama é da autoria de Paulo Gem, e tem encenação e adaptação de FilipeLa Féria.
No papel principal Wanda Stuart e Sónia Lisboa, alternadamente, contracenam com Paula Sá, que interpreta a diva da canção alemã da época, Marlene Dietrich, uma das amigas de Piaf. Destaque também para Noémia Costa, no papel de Toine e para Mafalda Drummonda, a antiga governanta Mafalda.
A peça estreou em Lisboa a 16 de Julho e está previsto ficar até 31 de Agosto.
Os espectáculos decorrem de 3ª a Sábado, às 21h30 e sábado e domingo às 17h00. Os bilhetes custam entre 15 e 35 euros.
(In)confidência: Com o patrocinio da Rosa 10.
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Exposição Titanic - The artifact exhibition
A história do Titanic contou-se uma e outra vez, mas jamais duma maneira tão comovedora e apaixonante como o fazem os objectos que se apresentam nesta exposição. Recuperados com enorme esforço da área dos escombros que rodeia os restos do naufrágio e cuidadosamente conservados, estes objectos reais, melhor que as palavras e as imagens, representam o navio e as 2.228 pessoas que passaram junto a ele a formar parte da história. Os objectos apresentados nesta exposição estiveram aí. Pertenceram ao navio e às pessoas que nele navegaram. Nós, como curadores, expomo-los não para apagar a dor da perda mas sim para manifestar a importância que tem recordar e honrar a todos cujas vidas estiveram e continuam a estar, inexoravelmente alteradas pela sua ligação com o legendário Navio Correio Real Titanic (RMS Titanic).
Os restos do naufrágio do Titanic descansam a aproximadamente 400 milhas náuticas (740 kilómetros) a sudeste de Newfoundland, debaixo de 3.800 metros de água. Foram descobertos a 1 de Setembro de 1985 por uma equipa de científicos, liderada pelo Capitão Jean-Louis Michele de IFREMER, o Instituto Francês de Investigação para a Exploração do Mar, e pelo Dr. Robert Ballard, pertencente naquela altura ao Instituto Oceanográfico Woods Hole.
Desde 1987, RMS Titanic Inc., levou a cabo sete expedições de investigação e recuperação ao lugar do naufrágio, tendo recuperado mais de 5.500 objectos. Na qualidade de companhia designada como recuperadora dos restos do navio, dos quais conserva a propriedade, o seu objectivo é preservar e expor estes objectos em memória daqueles que pereceram com o Titanic.
As expedições de RMS Titanic Inc, resultam da colaboração de científicos, mergulhadores, historiadores, arqueólogos e engenheiros marinhos, engenheiros navais e conservadores de todo o mundo. Este esforço multinacional aumentou o conhecimento acerca do barco e dos seus passageiros, desenvolveu a metodologia de recuperação em águas profundas e a arqueologia, assim como levou ao aparecimento de novas técnicas de conservação de objectos.
Os objectos da exposição Titanic, recuperados e conservados, permanecerão como recordatório do esplêndido transatlântico, da fragilidade da vida e da imperecível força do espírito humano.
A exposição Titanic é mais que uma epopeia de vapor e aço. É a história dos seus passageiros, desde o milionário de primeira classe até ao emigrante de terceira, que realizaram actos incríveis de sacrifício pessoal e heroísmo, e que tiveram que suportar perdas extraordinárias.
(In)confidência: Para quem estiver interessado, esta exposição está a decorrer na estação do Rossio. Eu gostei da exposição, mas acho um pouco cara para o que é.
Com o patrocinio do Estrelas e Ouriços.
Concerto de Anastacia
Nos últimos meses foram várias as senhoras da pop a passar por território nacional para concertos de grande porte: de Beyoncé a Kylie Minogue, passando pela estreante Katy Perry, o poder no feminino teve como derradeira representante em nome próprio a norte-americana Anastacia.
Com um concerto no Rock in Rio Lisboa há 3 anos ainda em mente, o público acabou por receber esta noite uma cantora igualmente simpática mas com mais uns aninhos a pesar em cima (sim, o corpo continua bem delineado, mas a energia já não é a mesma).
O início foi promissor, com "One Day in Your Life" a rebentar na cara do (pouco) público que respondeu à chamada. Antes, os ecrãs que fundeavam o palco tinham exibido as capas dos álbuns de Anastacia, pelo que se esperava uma noite em formato best of.
Bem animada em palco, rodeada pela sua banda e imparáveis meninas do coro, Anastacia deu asas à sua voz nasalada e às suas capacidades comunicativas sem conseguir, no entanto, abafar uma falta de ritmo que não se esperava - as pausas foram demasiadas e raramente bem justificadas.
Balada atrás de balada - "Pieces of a Dream" e "I Belong to You" foram as mais aplaudidas - e êxito após êxito - "Paid My Dues", "Not That Kind" e "Why'd You Lie To Me" algo apagadas mas eficazes - a cantora lá foi conquistando um público fiel, entre algumas distracções que demonstram uma noção de espectáculo mais fraca que a que tinha apresentado há três anos - como as actuações doa dois bailarinos que encheram o olho à facção feminina do público (em clara vantagem) ou o convite para subir ao palco dirigido a uma criança e ao respectivo pai.
O discurso pacifista da artista - que tenta levar as pessoas para um mundo paralelo, que não é cor-de-rosa mas faz de conta que é: amor, tolerância e "as crianças são o futuro" são teclas bastante batidas - por muito sincero que seja acaba por quase transformar o espectáculo num discurso a roçar os apresentados pelas aspirantes a Miss num qualquer concurso de beleza.
Já quase no final, "Sick and Tired" roubou o protagonismo no alinhamento de um espectáculo que teria sido bem melhor se o encore tivesse contagiado o que se passara antes. O tema-título do mais recente álbum Heavy Rotation abriu o tempo extra em franca rotação electro, que infectou os dois maiores sucessos da cantora: "I'm Outta Love", tema que a deu a conhecer ao mundo, e "Left Outside Alone" transformaram-se em verdadeiros hinos das pistas de dança e não desiludiram.
Com as emoções à flor da pele (chegou a derramar algumas lágrimas), Anastacia lá continua o seu percurso, seguido fervorosamente por uma legião de fãs - que apesar de tudo parece ir diminuindo com o tempo, prova disso são os poucos que esta noite acorreram ao Pavilhão Atlântico. Os resultados discretos do último álbum e um espectáculo também a demonstrar perda de embalagem prognosticam, no entanto, pouca coisa de bom para o futuro da senhora dos óculos "fashion".
(In)confidência: Apesar desta ser a critica da Blitz, eu não concordo nada com ela. Achei que o concerto teve imensa energia e que ela é uma querida. É certo que o Pavilhão Atlântico não estava cheio mas acho que também se deve ter em conta que estamos em época de férias e de festivais e, como tal, é normal que este tipo de concertos acabe por perder "clientela".
Hannah Montana
A Walt Disney Pictures traz o fenômeno do Disney Channel para as telas do cinema em um longa-metragem arrebatador. Miley Stewart (MILEY CYRUS) luta para lidar com a escola, amigos e com sua a personalidade secreta de pop-star. Quando a crescente popularidade de Hannah Montana ameaça tomar conta de sua vida - ela talvez simplesmente a deixe tomar. Então seu pai (BILLY RAY CYRUS) leva a adolescente para casa em Crowley Corners, no Tennesse, para uma dose de realidade, iniciando uma aventura tão cheia de diversão, risos e romance que nem mesmo Hannah Montana poderia imaginar.
(In)confidência: Um filme para miúdos. E, na minha opinião um filme que faz falta aos miúdos porque eles, hoje em dia, vivem as coisas demasiado cedo e precisam de cenas que sejam para a idade deles.
Com o patrocinio do Edusurfa.
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O Barco do Rock
"O Barco do Rock" celebra as rádios piratas que ofereceram rock'n'roll a uma nova geração. É um filme sobre os anos 1960 e a sua revolução de costumes: sexo, drogas e rock'n'roll. Realizado por Richard Curtis, tem a inocência das primeiras paixões. O Ípsilon falou com realizador e elenco em Londres.
Todos conhecemos imagens assim: miúdas aos berros puxando os cabelos, chorando de forma incontrolável e correndo, qual seita assustadora em direcção às fontes de adoração. Todos já vimos imagens de arquivo dos anos 1960 e da histeria que causava a pop. Os Beatles dentro da limousine e mãos pregadas nas janelas, caras ansiosas coladas ao vidro, uma berraria insuportável. Há uma explicação óbvia para tudo aquilo: o arranque definitivo de uma cultura juvenil e a idolatria devotada aos seus deuses, os músicos.
Manifestações de que tudo estava a mudar e a geração dos pais nunca perceberia o que estava a acontecer. No caso específico de Inglaterra, houve quem acrescentasse uma adenda a esse raciocínio. Dado que ninguém tinha muitos discos, dado que as rádios não passavam aquela música (até ao final da década de 1960, a BBC dedicava quarenta e cinco minutos por semana a rock'n'roll), o momento do concerto ou a perseguição dos músicos funcionavam como libertação de toda a adrenalina acumulada - um ritual orgástico impossível de controlar.
"O Barco do Rock", de Richard Curtis, realizador de "Notting Hill" ou "Quatro Casamentos e um Funeral" e argumentista de "Blackadder", junta um elenco onde se destacam Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Kenneth Branagh ou Nick Frost e filma o momento em que essa mudança geracional se tornou irreversível. O momento, precisemos, em que os rituais orgásmicos deixaram de ser tão necessários, porque a música passou a estar disponível a todos.
"O Barco do Rock", concretizemos, eram as rádios piratas, como a Caroline ou a Radio London que, aproveitando um vazio legal, se fundeavam em águas internacionas, a alguns quilómetros da costa britânica, difundindo para a nação os Kinks, os The Who, as Supremes e o Otis Redding que a parte da nação com menos de 30 anos não ouvia até então - e da luta do Governo, tal como aconteceu na realidade, para as encerrar.
É, portanto, um filme sobre os anos 1960 e a sua revolução de costumes: sexo, drogas e rock'n'roll, filmados por um homem que associamos a comédias românticas, a filmes de bons sentimentos onde, no fim, o amor prevalece. Digamos que é "sexo, drogas e rock'n'roll", sem excessos e rebaldaria, com a inocência da primeira paixão.
Na suite do Dorchester Hotel, em Londres, onde teve lugar o "junket" de promoção ao filme, Richard Curtis, entre os dourados, madeiras nobres e motivos orientais da sala, recorda ao Ípsilon e ao grupo de jornalistas presentes como descreveu o filme aos produtores: "Será sobre oito megalómanos a viver num barco. Imaginem pegar nos oito disc-jockeys mais famosos do mundo e obrigá-los a partilhar o mesmo espaço. Explosivo".
Explosivo realmente. Vejamos. Philip Seymour Hoffman como "The Count", o DJ americano, a estrela acima de todas as outras, corrosivo como Lester Bangs. Nick Frost, ele do delirante terror brit de, por exemplo, "Sean Of The Dead", como Dave, sedutor nada discreto. Um misterioso "Thick" Kevin (Tom Brooke) de longas barbas e ar misterioso, que só ouve blues e rock progressivo ou "Simple" Simon Swafford (Chris O'Dowd), alma inocente e generosa que põe no ar os Seekers sem se aperceber da "foleirada" que isso representa. E, depois, o "jovem" Carl (Tom Sturridge), miúdo que aterra no barco como punição por ter sido suspenso na escola e que se tornará o centro do filme (a experiência, bem ao estilo de Richard Curtis, será o seu ritual de passagem à idade adulta). Pelo meio, há uma cozinheira lésbica, as raparigas que visitam os piratas no barco - a parte do sexo e das drogas - e há, inevitavelmente, Gavin. Interpretado por Rhys Ifans, é o dandy, o rocker cool, aquele que o actor nos define de uma forma peculiar: "os outros DJs difundem para a nação, o Gavin fica a apreciar o tom grave da sua voz e sussura ao ouvido das adolescentes". Ifans é quase indistinguível da personagem que interpreta.
Entra na suite para a entrevista e, antes de tudo o mais, acende um cigarro (proibido, claro está). Lança piadas sem esboçar um sorriso - coisas como "se alguém me dissesse há dez anos que entraria num filme, vestindo um chapéu com uma pena, e que a minha primeira cena seria ao som de 'Jumping Jack Flash', morreria de tesão". Rhys, o Spike de "Notting Hill", sotaque galês cerrado, é o rock'n'roller deste elenco. Literalmente - é amigo pessoal de Noel Gallagher e vocalista dos galeses The Peth. Presenteia-nos com analogias reveladoras: "Os Beatles são música para te apaixonares, os Stones são música para foder, The Who são música para lutar e os Led Zeppelin seriam a música para uma invasão de Marte".
Dois mundos em confronto
Todas as personagens que convivem no barco, alimentadas a música e isoladas do mundo real em terra, representam a "swinging London", tudo aquilo que estava a mudar na Inglaterra da década de 1960 (a acção decorre em 1966). Um momento definidor, acentuam-nos aqueles que viveram a época. Richard Curtis há-de recordar "um choque de culturas tão ofensivo que o governo de Margaret Thatcher foi, de facto, uma tentativa de voltar a 1957, antes de todas aquelas pessoas horríveis começarem a tocar o 'Hey Jude'".
Bill Nighy, por sua vez, confessará que é actor por causa do rock'n'roll: "Queria ser parte daquilo, parte de um mundo criativo. Como não sei tocar guitarra e não canto muito bem..." Nighy só o confessa depois de um longo discurso de desmistificação. Retoricamente, pergunta onde se vivia o amor livre, que não deu por isso. Diz que a Swinging London não eram mais que quatro centenas de pessoas ("o resto do país estava a trabalhar"). Troça das calças aterradoras, da muito má pintura, das drogas que deixavam as pessoas tão paranóicas então quanto hoje. Fechado o parêntesis, pode então dizer que sim, "houve uma explosão de música que foi inédita, que nunca acontecerá novamente e que mudou realmente as pessoas". Exemplo: conjectura que Quentin, a sua personagem, "teria lutado na II Guerra Mundial, provavelmente como aviador da Royal Air Force". Alguns anos depois, ali estaria, comandante de um barco pirata a lançar soul e rock'n'roll sobre Inglaterra. "Passou de usar um uniforme na II Guerra para vestir cornucópias e meias lilás enquanto dirigia uma estação de rádio. Algo mudara, forçosamente".
"O Barco do Rock" conta, de forma quase cartoonesca, qual sequência de sketches sem início e fim definidos (Curtis aponta como referências "A República dos Cucos", de John Landis, e "MASH", de Robert Altman), como dois mundos se confrontam. O novo, transmitindo do barco para a juventude da nação - toda a juventude: operários a ouvir os The Who, raparigas brancas e raparigas negras a ouvir as Supremes, miúdos do colégio a dançar ao som dos Stones e crianças em pijama, rádio a pilhas escondido debaixo da almofada, a sintonizar a frequência proibida, exactamente como Richard Curtis e Kenneth Brannagh nos contam ter feito há 40 anos).
Paralelamente a isso, o velho mundo. Cinzento e destituído de humor, paranóico e receoso de que a civilização, tal como a conheciam, desaparecesse sob o ruído de uma guitarra eléctrica. É representado por Brannagh, que interpreta Sir Alastair Dormandy, o ministro determinado a encerrar a Radio Rock e recuperar os pilares de uma "outrora grande nação".
Brannagh, um dos mais respeitados actores britânicos, fala com os jornalistas a um passo de encarnar a personagem. Começa por contextualizar: "[naquela altura] as grandes potências eram a União Soviética e os Estados Unidos. A Inglaterra tinha perdido o Império, tinha entregue a Índia. Estava tudo a desmoronar-se". A voz altera-se, surge Dormandy: "Tudo o que tínhamos era a habilidade para impedir as pessoas de se divertirem, e não iríamos abdicar disso!" Aquele contraste entre os dois universos, central em "O Barco do Rock", tornou-se ainda mais evidente pela forma como Curtis idealizou o filme. As cenas com Dormandy são feitas de planos estáticos, cuidadosamente encenadas. No barco, tudo é movimento. Ao conversar com realizador e actores, percebe-se porquê. Richard Curtis: "Tentámos criar um elo genuíno entre toda a gente. Vivemos no barco durante quatro dias, em condições horríveis, com muitas velas acesas para esconder o cheiro a 'goulash', e tínhamos acordado que todos estariam 'em personagem' a toda a hora".
Tim Sturridge: "No filme, quando entro na cabine de DJ e me encontro pela primeira vez com 'The Count', entrego-lhe um chá, ele abraça-me e dá-me uma palmada no rabo. Isso foi, literalmente, quando conheci Philip Seymour Hoffman, que chegou mais tarde à rodagem. O meu sorriso no final é genuíno, é a minha felicidade por ter contracenado com ele". Segundo Sturridge, o único verdadeiro protagonista do filme, omnipresente, é a música que ouvimos. Em 1966, as principais rádios pirata foram encerradas e os seus DJs, como John Peel ou Kenny Everett, contratados pela BBC para fundar a Radio One. A marginalidade foi absorvida e todos passaram a poder ouvir a música "proscrita".
Em "O Barco Do Rock" há cenas à Titanic, DJs nadando para salvar um LP especial, tripulação que dança, rock'n'roll bem alto no alto mar. Acaba tudo bem - e escrevê-lo, neste caso específico, não configura certamente "crime" de spoiler.
Todos conhecemos imagens assim: miúdas aos berros puxando os cabelos, chorando de forma incontrolável e correndo, qual seita assustadora em direcção às fontes de adoração. Todos já vimos imagens de arquivo dos anos 1960 e da histeria que causava a pop. Os Beatles dentro da limousine e mãos pregadas nas janelas, caras ansiosas coladas ao vidro, uma berraria insuportável. Há uma explicação óbvia para tudo aquilo: o arranque definitivo de uma cultura juvenil e a idolatria devotada aos seus deuses, os músicos.
Manifestações de que tudo estava a mudar e a geração dos pais nunca perceberia o que estava a acontecer. No caso específico de Inglaterra, houve quem acrescentasse uma adenda a esse raciocínio. Dado que ninguém tinha muitos discos, dado que as rádios não passavam aquela música (até ao final da década de 1960, a BBC dedicava quarenta e cinco minutos por semana a rock'n'roll), o momento do concerto ou a perseguição dos músicos funcionavam como libertação de toda a adrenalina acumulada - um ritual orgástico impossível de controlar.
"O Barco do Rock", de Richard Curtis, realizador de "Notting Hill" ou "Quatro Casamentos e um Funeral" e argumentista de "Blackadder", junta um elenco onde se destacam Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Kenneth Branagh ou Nick Frost e filma o momento em que essa mudança geracional se tornou irreversível. O momento, precisemos, em que os rituais orgásmicos deixaram de ser tão necessários, porque a música passou a estar disponível a todos.
"O Barco do Rock", concretizemos, eram as rádios piratas, como a Caroline ou a Radio London que, aproveitando um vazio legal, se fundeavam em águas internacionas, a alguns quilómetros da costa britânica, difundindo para a nação os Kinks, os The Who, as Supremes e o Otis Redding que a parte da nação com menos de 30 anos não ouvia até então - e da luta do Governo, tal como aconteceu na realidade, para as encerrar.
É, portanto, um filme sobre os anos 1960 e a sua revolução de costumes: sexo, drogas e rock'n'roll, filmados por um homem que associamos a comédias românticas, a filmes de bons sentimentos onde, no fim, o amor prevalece. Digamos que é "sexo, drogas e rock'n'roll", sem excessos e rebaldaria, com a inocência da primeira paixão.
Na suite do Dorchester Hotel, em Londres, onde teve lugar o "junket" de promoção ao filme, Richard Curtis, entre os dourados, madeiras nobres e motivos orientais da sala, recorda ao Ípsilon e ao grupo de jornalistas presentes como descreveu o filme aos produtores: "Será sobre oito megalómanos a viver num barco. Imaginem pegar nos oito disc-jockeys mais famosos do mundo e obrigá-los a partilhar o mesmo espaço. Explosivo".
Explosivo realmente. Vejamos. Philip Seymour Hoffman como "The Count", o DJ americano, a estrela acima de todas as outras, corrosivo como Lester Bangs. Nick Frost, ele do delirante terror brit de, por exemplo, "Sean Of The Dead", como Dave, sedutor nada discreto. Um misterioso "Thick" Kevin (Tom Brooke) de longas barbas e ar misterioso, que só ouve blues e rock progressivo ou "Simple" Simon Swafford (Chris O'Dowd), alma inocente e generosa que põe no ar os Seekers sem se aperceber da "foleirada" que isso representa. E, depois, o "jovem" Carl (Tom Sturridge), miúdo que aterra no barco como punição por ter sido suspenso na escola e que se tornará o centro do filme (a experiência, bem ao estilo de Richard Curtis, será o seu ritual de passagem à idade adulta). Pelo meio, há uma cozinheira lésbica, as raparigas que visitam os piratas no barco - a parte do sexo e das drogas - e há, inevitavelmente, Gavin. Interpretado por Rhys Ifans, é o dandy, o rocker cool, aquele que o actor nos define de uma forma peculiar: "os outros DJs difundem para a nação, o Gavin fica a apreciar o tom grave da sua voz e sussura ao ouvido das adolescentes". Ifans é quase indistinguível da personagem que interpreta.
Entra na suite para a entrevista e, antes de tudo o mais, acende um cigarro (proibido, claro está). Lança piadas sem esboçar um sorriso - coisas como "se alguém me dissesse há dez anos que entraria num filme, vestindo um chapéu com uma pena, e que a minha primeira cena seria ao som de 'Jumping Jack Flash', morreria de tesão". Rhys, o Spike de "Notting Hill", sotaque galês cerrado, é o rock'n'roller deste elenco. Literalmente - é amigo pessoal de Noel Gallagher e vocalista dos galeses The Peth. Presenteia-nos com analogias reveladoras: "Os Beatles são música para te apaixonares, os Stones são música para foder, The Who são música para lutar e os Led Zeppelin seriam a música para uma invasão de Marte".
Dois mundos em confronto
Todas as personagens que convivem no barco, alimentadas a música e isoladas do mundo real em terra, representam a "swinging London", tudo aquilo que estava a mudar na Inglaterra da década de 1960 (a acção decorre em 1966). Um momento definidor, acentuam-nos aqueles que viveram a época. Richard Curtis há-de recordar "um choque de culturas tão ofensivo que o governo de Margaret Thatcher foi, de facto, uma tentativa de voltar a 1957, antes de todas aquelas pessoas horríveis começarem a tocar o 'Hey Jude'".
Bill Nighy, por sua vez, confessará que é actor por causa do rock'n'roll: "Queria ser parte daquilo, parte de um mundo criativo. Como não sei tocar guitarra e não canto muito bem..." Nighy só o confessa depois de um longo discurso de desmistificação. Retoricamente, pergunta onde se vivia o amor livre, que não deu por isso. Diz que a Swinging London não eram mais que quatro centenas de pessoas ("o resto do país estava a trabalhar"). Troça das calças aterradoras, da muito má pintura, das drogas que deixavam as pessoas tão paranóicas então quanto hoje. Fechado o parêntesis, pode então dizer que sim, "houve uma explosão de música que foi inédita, que nunca acontecerá novamente e que mudou realmente as pessoas". Exemplo: conjectura que Quentin, a sua personagem, "teria lutado na II Guerra Mundial, provavelmente como aviador da Royal Air Force". Alguns anos depois, ali estaria, comandante de um barco pirata a lançar soul e rock'n'roll sobre Inglaterra. "Passou de usar um uniforme na II Guerra para vestir cornucópias e meias lilás enquanto dirigia uma estação de rádio. Algo mudara, forçosamente".
"O Barco do Rock" conta, de forma quase cartoonesca, qual sequência de sketches sem início e fim definidos (Curtis aponta como referências "A República dos Cucos", de John Landis, e "MASH", de Robert Altman), como dois mundos se confrontam. O novo, transmitindo do barco para a juventude da nação - toda a juventude: operários a ouvir os The Who, raparigas brancas e raparigas negras a ouvir as Supremes, miúdos do colégio a dançar ao som dos Stones e crianças em pijama, rádio a pilhas escondido debaixo da almofada, a sintonizar a frequência proibida, exactamente como Richard Curtis e Kenneth Brannagh nos contam ter feito há 40 anos).
Paralelamente a isso, o velho mundo. Cinzento e destituído de humor, paranóico e receoso de que a civilização, tal como a conheciam, desaparecesse sob o ruído de uma guitarra eléctrica. É representado por Brannagh, que interpreta Sir Alastair Dormandy, o ministro determinado a encerrar a Radio Rock e recuperar os pilares de uma "outrora grande nação".
Brannagh, um dos mais respeitados actores britânicos, fala com os jornalistas a um passo de encarnar a personagem. Começa por contextualizar: "[naquela altura] as grandes potências eram a União Soviética e os Estados Unidos. A Inglaterra tinha perdido o Império, tinha entregue a Índia. Estava tudo a desmoronar-se". A voz altera-se, surge Dormandy: "Tudo o que tínhamos era a habilidade para impedir as pessoas de se divertirem, e não iríamos abdicar disso!" Aquele contraste entre os dois universos, central em "O Barco do Rock", tornou-se ainda mais evidente pela forma como Curtis idealizou o filme. As cenas com Dormandy são feitas de planos estáticos, cuidadosamente encenadas. No barco, tudo é movimento. Ao conversar com realizador e actores, percebe-se porquê. Richard Curtis: "Tentámos criar um elo genuíno entre toda a gente. Vivemos no barco durante quatro dias, em condições horríveis, com muitas velas acesas para esconder o cheiro a 'goulash', e tínhamos acordado que todos estariam 'em personagem' a toda a hora".
Tim Sturridge: "No filme, quando entro na cabine de DJ e me encontro pela primeira vez com 'The Count', entrego-lhe um chá, ele abraça-me e dá-me uma palmada no rabo. Isso foi, literalmente, quando conheci Philip Seymour Hoffman, que chegou mais tarde à rodagem. O meu sorriso no final é genuíno, é a minha felicidade por ter contracenado com ele". Segundo Sturridge, o único verdadeiro protagonista do filme, omnipresente, é a música que ouvimos. Em 1966, as principais rádios pirata foram encerradas e os seus DJs, como John Peel ou Kenny Everett, contratados pela BBC para fundar a Radio One. A marginalidade foi absorvida e todos passaram a poder ouvir a música "proscrita".
Em "O Barco Do Rock" há cenas à Titanic, DJs nadando para salvar um LP especial, tripulação que dança, rock'n'roll bem alto no alto mar. Acaba tudo bem - e escrevê-lo, neste caso específico, não configura certamente "crime" de spoiler.
(In)confidência: Adorei este filme!!!
Com o patrocio do Myguide.
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quarta-feira, julho 22, 2009
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