A inveja é uma coisa tão feia...
Nada como ser recebida pelo próprio cardeal em pessoa. Uahahaha
Tenham medo, tenham muito medo...
Foi num dia de sol que fomos visitar o Labirinto Lisboa, situado na rua do Instituto Industrial, em Santos. O ambiente solarengo da rua contrastava muito com o ambiente negro e pesado que nos esperava no interior. Uma personagem, que incarnava a inveja, esperava-nos à entrada e ia tentando assustar-nos enquanto esperávamos pela mente por detrás do Labirinto: Ricardo Rodrigues. Foi com ele que tivemos uma agradável conversa sobre todo o Labirinto, desde a ideia atéà sua execução.
O Labirinto abriu as suas portas em 2014, mas esteve apenas um mês aberto até que um fogo no prédio onde estavam localizados consumiu aquela que era a primeira atração portuguesa de terror. Reabriu este ano na mesma rua ainda com mais vontade de assustar Lisboa e arredores. Ricardo explicou-nos toda a sua paixão pelo terror, pelos filmes de culto, por tempos idos da feira popular e das suas casas de terror, pelas várias atracções pelo mundo fora por ele exploradas. Aliás notou-se desde logo o orgulho que tem na sua casa, descrevendo todo o processo de execução do Labirinto, incluindo até situações caricatas como o tempo que foi perdido devido à falta de legislação para este tipo de diversões. Explicou-nos naturalmente o seu desejo de apresentar a Portugal uma atração fora do normal que deixe qualquer pessoa com vontade de a ir visitar, para mostrar às gerações que passaram pela feira popular (e às que nunca lá foram) um novo sitio para se aterrorizarem. E enquanto conversávamos, os clientes iam chegando e os gritos faziam-se ouvir por todo o recinto. A cada grito um misto de orgulho e prazer eram visíveis na cara de Ricardo. O recinto estava a servir o seu propósito.
O Labirinto de Lisboa é a primeira casa de terror feita especificamente para Portugal, por portugueses, para portugueses e para o mundo, e com muito orgulho dos que fazem parte do projecto. Aliás, foi desde a sua concepção essa a ideia: mostrar aos visitantes quer nacionais quer internacionais mais um pouco de Portugal. Todos agradecem. Os estrangeiros vibram com a originalidade, os nacionais relembram ou aprendem mais um pouco da nossa história. Os incautos grupos de visitantes irão fazer um caminho pelos episódios mais sombrios da história portuguesa: episódios como o tribunal da Inquisição liderado pelo grande Inquisidor, Cardeal D. Henrique que julgará os visitantes que tenham coragem de entrar; o sanatório da Serra da Estrela que nos mostra a sua ala de tuberculosos; Gertrudes Maria que ocupa o tempo enquanto espera por Diogo Alves; até mesmo o gigante Adamastor; entre outros episódios deliciosamente assustadores.
Depois de fazermos o percurso devo dizer que vale a pena, a qualidade tanto dos cenários quanto da representação é fenomenal e os actores fazem os seu papel apaixonadamente. Todo o percurso tem pequenos pormenores que só se conseguem ver depois de algumas repetições. Alás, aconselhamos a que prestem verdadeiramente atenção e acreditem quando vos digo que a experiência de quem vai à frente é completamente diferente de quem vai atrás, ou até mesmo no meio. Pode parecer estranho, mas há coisas que umas pessoas veêm que outras não veêm devido ao seu posicionamento. E é essa mesmo a intenção. A dúvida de “Será que vi o que acabei de ver?” é bem capaz de ficar no ar. E o túnel da claustrofobia? Senti que mais um pouco e o pânico poderia claramente tomar conta de mim. Não é à toa que algumas pessoas desistem do percurso depois dele.... Mas não se preocupem, que se decidirem desistir, há uma Wall of Shame à vossa espera cá fora para ser assinada.
E não podemos deixar de referir que, desde as mascaras aos ambientes, passando pela maquilhagem, nota-se um cuidado e uma atenção ao pormenor extremo. Toda a atração distila qualidade. Uma surpresa que não ficou por nós ignorada.
Se têm vontade de passar um bom momento antes ou depois de um jantar, entrem no Labirinto com um grupo de amigos e deliciem-se com uma das atrações mais originais de Lisboa. E esperemos que consigam ser corajosos o suficiente para não fazer parte da Wall of Shame.
Não esquecer também que todas as sextas feiras 13, existe uma noite especial em que há mudança no percurso original, o que torna a experiência uma novidade de novo. Sendo que a próxima sexta-feira 13 é já amanhã, podemos desvendar que o percurso será um percurso todo às escuras e que os actores tem permissão para interagir e tocar nos participantes. Uma experiência que acreditamos ser deveras bem mais assustadora. Ou não fossem os nossos sentidos se aguçarem, quando lhes retiramos um... neste caso, a visão. Além disso, o preço passa a 13€ ao invés dos 15€ normais.
Já sem desculpas para não irem, aconselhamos vivamente uma ida (ou várias até!) ao Labirinto Lisboa, o novo sitio hot in town onde o terror deixou de ser apenas uma palavra na lingua portuguesa.
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