E, naquele momento, naquele preciso momento, soube que ele nunca seria seu... ou melhor, que ela nunca seria dele, porque ele já era seu, pelo menos, nos seus sonhos... Já perdera a conta a todos os primeiros beijos que tinham partilhado, às vezes que ele lhe tinha passado a mão pelo cabelo, que tinha olhado para ela e a visto realmente, a todas as vezes que ele lhe pegara discreta ou até mesmo efusivamente na mão e lhe tivera dito palavras de amor que nunca se concretizaram, a todas as noites que passaram juntos, e às manhãs seguintes... Ah, as manhãs seguintes... As noites... Como foram boas(!) ou teriam sido ao menos se fossem verdade... Ele nunca saberia como era tê-la, o que teriam partilhado, como se perderiam um no outro. Ela sabia-o. Sabia-o bem de mais, como se todos os seus sonhos fossem na realidade lembranças, momentos palpáveis do que tinha acontecido. Mas não. Não o eram. E ele não. Não o sabia. Talvez nem sequer o suspeitasse... E talvez fosse isso que a magoasse mais... a potencialidade daquilo que via e ele não.
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