Não sei o que faço aqui... Estou ao computador enquanto dormes. Vejo-te do meu lugar. A luz não é muita mas ainda assim vejo-te como se calhar não nunca te vi antes, vejo-te pela primeira vez. A verdade é que já te sei de cor, e gosto dessa sensação. Gosto da sensação de ter agarrado em mim, no sofá, a ver televisão... gosto de quando muito gentilmente me agarras a cara para me dar um beijo, porque nesses momentos é como se tudo o que está à nossa volta desaparecesse por completo... não existe sofá nem sala nem casa, não existe mundo para além de nós, cada um de nós é o mundo do outro.
Sei que isto não é real. Nada do que sinto é real. É apenas uma ilusão do passado que se configura no presente, mas ainda assim é bom. Sei que não és meu, mas não me importa. Não queria que o fosses. Até o podia querer se por acaso pensasse nisso, mas não penso. Tu és um animal do mundo, nunca te deixarás domar por ninguém ou, pelo menos, não por mim. Já tivemos o nosso tempo e o tempo que tivemos já o foi. Talvez tenha sido pouco e dai estarmos aqui de novo neste plano astral longe da realidade. Mas só o foi para mim, porque sou apenas eu quem nos imagina.
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