Levar para os palcos do Politeama o musical de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II, transposto para o cinema, em 1965, no popular filme com Julie Andrews é, para La Féria, " um sonho muito antigo que, com My Fair Lady, sempre desejei realizar", disse, ontem, na conferência de imprensa de apresentação. Um sonho possibilitado agora pelos herdeiros dos autores que, após assistirem a Amália e My Fair Lady, concederam ao encenador os direitos para apresentar em Portugal Música no Coração, ao mesmo tempo que Andrew Lloyd Webber prepara a estreia da obra, em Londres. Facto inédito, dado que todas as versões feitas até hoje obedecem ao original de 1959, ano da sua estreia na Broadway, e que "demonstra um voto de confiança na nossa capacidade de realizar produções de qualidade", segundo La Féria.
Anabela e Lúcia Moniz, interpretando a noviça Maria Rainer, e Carlos Quintas, no papel do autoritário capitão Von Trapp, protagonizam o musical que esteve em Lisboa três anos consecutivos em exibição no cinema Tivoli. Vera Mónica e Joel Branco, e Helena Vieira, Lia Altavila e Helena Afonso, três grandes damas da ópera portuguesa, integram ainda um elenco escolhido criteriosamente para recriar no palco a história verídica da família Von Trapp. Família que, depois da II Guerra Mundial, se tornou num "ícone de resistência ao terror nazi e símbolo da vitória das democracias e da liberdade", refere o encenador.
Dos cinco aos 16 anos, duas dezenas de crianças, descobertas entre mais de meio milhar, encarnarão , alternadamente e em três grupos, os filhos do capitão Von Trapp. "Além dos melhores actores, estas crianças têm de ser os melhores alunos na escola", disse La Féria.
Para o encenador, é um prazer trabalhar com jovens actores, que se têm revelado grandes talentos na arte da representação e crescido consigo no teatro, como é caso de Sérgio Moreno, que protagonizou, aos 10 anos, Jasmim ou o Sonho do Cinema, e continua no Politeama com Música no Coração.
A companhia promete ao público pôr "toda a sua música e coração" em mais uma grande produção dum teatro que vive exclusivamente da bilheteira e que La Féria garante não abandonar, numa altura em que a cultura "é um parente pobre deste País."
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