sexta-feira, janeiro 04, 2019

Eu tenho uma amiga...


Este texto vai começar com "Eu tenho uma amiga" e toda a gente sabe que coisas que começam com "Eu tenho uma amiga" são por norma coisas com grandes histórias, ora pois neste caso a história é que não há história nenhuma... Confusos? Calma, tudo a seu tempo. 

Ah, e por motivos que irão perceber adiante, e para não ferir susceptibilidades, especialmente as dos intervenientes, os seus nomes ficarão ocultos.

Então aqui vai.

Eu tenho uma amiga que, embora não seja púdica nem nada do género, não é assim de aventuras. Que é como quem diz que, até agora, na sua vida, ela só foi para a cama basicamente com namorados.  Ela é aquilo que podemos de chamar de uma boa menina. É que ela tem um ligeiro problema... tem o coração na vagina. Literalmente. Isto é, ela tem uma incapacidade crónica de separar o lado emocional do fisico. Mas decidiu, nesta passagem de ano (E viva as maravilhosas resoluções de Ano Novo!!), ser outro tipo de pessoa e fazer um "put yourself out there", meter-se no mercado. Ver como vive o resto do planeta. O que também pode muito bem ser entendido como "dar uma" e logo se vê. Arriscar. O que tinha tudo para correr bem, não é? 

Pois... portanto, no primeiro dia do ano (assim, logo para estrear!), convidou um rapaz que andava a conhecer (e com quem as coisas já tinham aquecido num encontro anterior), para basicamente se esquentar... É que, como todos sabemos é inverno e as noites andam muito frias. Lol. Além disso, ela achou que podia muito bem haver ali qualquer coisa... entre eles.

Bem, continuando. Arranjou-se toda... fez a depilação, vestiu uma lingerie sexy, umas meias até ao joelho (muito à estilo colegial), e... quem é que não deu uma queca nessa noite?! Ela. É triste, mas é verdade.

Ao que parece, a noite estava a correr muito bem, rolaram uns beijos, o ambiente foi aquecendo e tal, mas quando bateu a meia-noite ele deu uma de Cinderela como se a qualquer minuto se fosse transformar numa abobora, e disse que se tinha de ir embora, que já era muito tarde. Ela ainda pensou que eles estivesse a brincar e "roubou-lhe" as chaves do carro fugindo para o quarto, para ele ir atrás dela. Claramente, com um "convite" destes, só lhe faltou mesmo dizer "Come-me."!! Mas ao que consta, nem assim. É que ele foi atrás dela, beijando-a, e ao pedir-lhe novamente as chaves, ela deu-lhas e... ele pegou nelas e foi-se embora. Mas não sem antes lhe perguntar se ela não o levava à porta e sem se despedir dela com um beijo nos lábios (Haja coragem!). O que ainda torna as coisas um pouco mais estranhas, na minha opinião (Mas o que é que eu percebo de homens, não é verdade?).

Epah, visto que ele não tinha 16 anos nem estamos em estado de emergência, duas situações que envolvem recolher obrigatório, e que o rapaz fugindo mais depressa só se ela dissesse que tinha sida, tudo me faz acreditar que ele claramente deveria ter alguém à sua espera em casa, um namorada ou mulher ou algo no género (Ao que parece é o apanágio dos dias de hoje...) É que além de ser uma situação muito estranha, nenhum homem sai a correr assim da casa de uma mulher, em que supostamente está interessado, sem um motivo de força maior (do tipo que não a consegue pôr em pé ou o cão morreu ou o piriquito está doente ou lembrou-se que deixou o gás ligado, sei lá... qualquer desculpa era melhor do que esta.), especialmente quando tudo indica que vai ter sorte essa noite. É que o "Ah e tal, tenho de acordar cedo amanhã, depois não durmo e fico muito cansado", não cola para ninguém... E depois, claro, fez um ghosting (ah como eu adoro estes novos conceitos milenares! - Quem não conhece é favor googlar.) à miúda.

E (antes que o pensem) ela nem é nada feia... nem desinteressante. Apenas, pelos vistos, tem um péssimo gosto em homens (infelizmente não é a única!). 

Mas pronto, basicamente o cosmos alinhou-se todo para que ela continuasse fiel a si própria. Sem sexo(!), mas fiel a ela própria. Lol. Talvez tenha sido melhor assim, mas... Foi um desperdicio de pipi (ainda por cima depiladinho) é tudo o que tenho a dizer.

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