E quando te sentires assim, lembra-te que isso é só apenas a tristeza a falar. A tristeza gosta de se alimentar a ela própria porque sabe que precisa disso para subsistir. Mas não podes deixar. Tens de acreditar. Se precisares chora. Às vezes, faz bem lavar a alma, deitar cá para fora. Por isso, deixa-te esvaziar. Não tenhas vergonha de chorar. Chora nem que seja no teu quarto, na tua almofada. Mas liberta-te, mesmo que seja entre 4 paredes de porta fechada. Fá-lo enquanto precisares. Mas se ainda assim não for o suficiente, se precisares de mais, se a tristeza insistir em ficar, se não se esvaziar, então manda para mim. Escreve-me. Diz-me tudo. Vomita a dor que trazes. Porque eu, sei bem demais o que sentes. E, às vezes, às vezes não é fácil suportar o peso da alma que teimamos em carregar connosco para trás e para a frente. Sei tão bem o que isso é. Até porque a tristeza gosta de se fazer de nossa amiga, acompanhando-nos para toda o lado, sussurrando-nos ao ouvido. E dói-me saber que te sentes assim. Que a trazes contigo.
Infelizmente, não somos ensinados desde pequenos a lidar com a tristeza. Não nos dizem o que custa, quanto custa (ah se custa!!!), apesar de ser inevitável que todos passemos por isso. Mais cedo ou mais tarde, cada um de nós ouvira o bater na sua porta de uma tristeza que deseja entrar para se instalar e ficar durante muito tempo. E, as pessoas, na maior parte das vezes, não lidam com as coisas da melhor maneira porque não sabem melhor. E é triste. E dói. E magoa. Mas há-de passar. Acaba sempre por passar. Mas até passar… esse é o problema. É o que se perde pelo caminho. É aquilo que não sabemos se mais tarde voltaremos a encontrar. É o até passar. Até porque o até passar parece nunca chegar. Mas passa. Garanto-te que passa. Mas, enquanto não passa, tens me aqui, para a partilhar contigo. Para que o peso seja menor.
Sem comentários:
Enviar um comentário