Reza a história que no final da Idade Média, o bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras porque acreditava que os solteiros eram melhores combatentes. Talvez não tivessem tantas distracções, sei lá. Se bem que na minha perspectiva um homem apaixonado será certamente um melhor combatente nem que seja pela sua vontade de voltar a casa para os braços da sua amada. Mas não nos percamos na história… O bispo Valentim continuou a celebrar casamentos apesar da proibição do imperador, e quando foi descoberto, Valentim foi preso e condenado à morte. Durante a sua prisão, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. E diz-se ainda que enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e que, milagrosamente, lhe devolveu a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para a sua amada, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
E parece que foi assim que tudo nasceu. E que se canonizou um bispo que se apaixonou por alguém para lá do seu Deus. E, por isso, neste dia celebramos o amor.
Até porque há também quem lhe chame o Dia das Mulheres, porque lá está o romantismo não é algo que corra normalmente nas veias humanas, particularmente nas masculinas... E não, não estou a ser sexista. Apenas sei que há realmente diferenças intrínsecas associadas aos géneros. É um facto. Não uma critica. E sei, sei que eles vão dizer que o dia dos namorados não é romântico, porque não é natural, porque sentem a pressão de ter de fazer alguma coisa. Que é mais um data capitalista que só serve para gastar dinheiro. Mas a verdade é que podemos sempre encontrar defeitos em tudo, se quisermos. Podemos sempre deturpar o sentido das coisas e escolher ver aquilo que queremos efectivamente ver. Se calhar, há uma "obrigação" mas uma "obrigação" que existe uma vez por ano, e que se não for essa mesma "obrigação" há muita gente que nem essa mesmo uma vez por ano tem... E posso culpar a falta de romantismo ou até mesmo a vida, porque na maior parte das vezes andamos tão ocupados no nosso dia-a-dia que nos esquecemos dos outros, dos mimar, de cultivar aquilo que temos com eles. E, se calhar, esta "obrigação" não é mais do que uma "ajuda" ao romance, que muitas vezes precisa de um empurrão. E talvez este dia seja apenas uma lembrança de que devemos celebrar os outros, que devemos reservar tempo e paciência para o amor.
Portanto, desculpem se um dia por ano tem de fazer um esforço adicional, se tem de gastar dinheiro, ir jantar fora, pensar numa surpresa, ou fazer outra coisa qualquer… Desculpem se não tenho pena nenhuma.
Sem comentários:
Enviar um comentário