Senti-te a falta hoje. Já há muito tempo que não pensava em ti. Não que te tivesse esquecido porque sempre tiveste lá, apenas estive distraida com o cansaço dos dias. Mas hoje, acordei e foste o meu primeiro pensamento. Não sei se terei porventura sonhado contigo. Não me lembro do que sonhei. Mas, para ser sincera, acho que prefiro assim. Já me bastam os dias em que sonho acordada contigo, em que não te consigo tirar do pensamento, em que não te consigo tirar de mim. Ao menos que me sobrem as noites, que não possuas todos as minhas horas, os meus minutos e os meus segundos. Ao menos que me permitas descansar de ti, da saudade de não te ver, de não te ver, de já não ser. Porque é cruel esta triste distância que nos separa, que nos desune, que nos transforma em estranhos depois de tanto. E o mais estranho é que nem sequer sei como chegamos aqui, não sei qual foi o caminho que tomámos... se foi uma esquina, uma curva, ou uma bifurcação que precipitou a chegada desta paragem. Seria de esperar que reconhecesse a estrada, que identificasse a saída... mas talvez estivesse demasiado distraida com a vista... Só que agora não tenho para onde olhar. A menos que feche os olhos... E aí, aí consigo ver o mundo, e continuar a viagem que nós somos. Mas depois (porque acaba sempre por haver um depois) tenho de encarar a realidade e abrir os olhos. E quando os abro vejo que nada mais de nós resta. E volto a este lugar onde não quero estar.
Sem comentários:
Enviar um comentário