Ainda o trazia debaixo da pele. O cheiro dele ainda se agarrava à roupa e à memória. E tudo o que viveram, jazia ali, nela. Uma vida juntos, acabada num dia, numa hora, num momento… Reduzida a nada, a apenas uma lembrança. Pensara que seria para sempre mas, nada o é, não verdadeiramente. Enganara-se ao pensar que com ela seria diferente. Mas parte dela ainda acreditava no “felizes para sempre”… e toda ela acreditava no amor, naquele amor singular e infinito, naquele encontro de almas perdidas e reencontradas ao longo dos séculos, naquela procura incessante pela outra parte de nós... Mas, neste momento, porém, tudo isso deixara de fazer sentido. O sentimento tinha desmoronado como um castelo de cartas e tudo aquilo em que sempre acreditara era posto agora em causa como se nunca tivesse passado de uma mera inverdade, como se fizesse apenas parte das histórias de criança que tantas vezes ouvira. Questionava-se agora se alguma vez voltaria a sentir-se completa porque sabia que sem amor tudo era tão pouco... e ela precisava de tanto mais. Sabia que nunca se iria contentar com menos do que tudo. Não seria com ele… Mas seria com alguém. Precisava de acreditar que seria com alguém. Precisava de acreditar que voltaria a ser feliz. Escolhia acreditar que o seu destino lhe guardara o melhor para o fim. Não lhe restava acreditar noutra coisa.
quarta-feira, março 30, 2016
Desgostos.
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