Moldei-te na folha de papel balizado pelas palavras com que te descrevi. Esqueci-me de te fazer corresponder a uma realidade qualquer onde te pudesse encontrar e fazer meu para além daquela folha de papel velha e enrugada. E ainda assim procurei-te. Procurei-te em toda a parte apenas te encontrando em livros escritos pelas mãos de outras pessoas e em poemas revisitados por vozes que não a minha. Fiz-me sempre acompanhar pelo teu vazio e pela solidão que me preenchia a cada passo, nunca desistindo dessa minha busca incongruente. Não percebi que não passavas de uma mera folha de papel, um reflexo de mim, uma ideia perdida. Deixei-me perder nas horas que gastei na procura da tinta que gastara num papel que nunca fora o meu.
sexta-feira, novembro 07, 2014
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