E descalçou-se. Passou-lhe as mãos pelas memórias como quem lhe afaga o cabelo. Deixou que a sua presença lhe invadisse o espaço. Fê-lo de uma graciosidade tal que sem se impor nem precisou de lhe pedir autorização. Tomou-o para si sem que o soubesse. E preencheu até o mais pequeno espaço deixando que todo o ar desaparecesse.
Sorriu.
E tudo o resto desapareceu. Era já só ela que havia ali. E a sala estava tão cheia... Cheia dela. Tal como o seu coração, a sua mente e a sua alma. Não havia palavras a sair da sua boca mas sim poesia. As palavras eram doces, quentes e melódicas, quase que como um feitiço. Na realidade, nem sabia o que estava dizer porque apenas ouvia música.
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