quinta-feira, maio 08, 2014

Peça de teatro "Depois da Revolução" - Critica

Sinopse:
"Depois da Revolução" é um teatro musical, quase todo ele cantado, mas também gritado, encenado, dançado, sonhado, sobrepondo-se épocas e estilos diferentes de ícones musicais que foram motes de cada uma das revoluções do passado, num processo de assemblage musical, onde se evidencia a transversalidade das canções e hinos tratados, numa selecção que pretende reforçar o artifício de um género musical que possa ter sido, ao longo dos tempos, mobilizador para a inevitabilidade de uma revolução, quaisquer que tenham sido os contornos sociais e políticos.
Como se não bastassem as palavras de ordem, a música inflama as paixões da alma. Mas nem só de clamor vive o homem. Os tempos sempre atravessaram a mesma condição, simultaneamente trágica e cómica. No entanto, a realidade é sempre vivida de um ponto de vista pessoal. Por isso, a expressão artística desta realidade será, e ainda bem, sempre objecto de uma criatividade individual. Assim, depois de um clímax de emoções de expressões de revoluções e contra-revoluções chega a vez de os autores darem a ouvir as suas vozes, muito pessoais, perigosamente humanas, do que são capazes de criar num palco depois desse legado.

(In)confidência:
Uma peça interessante que foca diferentes períodos mas que acaba por ser um pouco confusa para o espectador. É que embora tenha partes musicais muito bem conseguidas, e com vozes muito boas, e ainda várias referências precisas ao que foi a revolução em Portugal, esta peça também peca por ter partes completamente desconexas e que perdem a atenção do espectador na medida em que se tornam aborrecidas, nomeadamente as partes de expressão corporal apenas, que, por vezes, nem sequer se entende o que pretendem representar...
Também não se entende as duas meninas colegiais que embora apareçam em toda a peça não tem papel algum, parecendo que apenas estão lá para mexer nos acessórios. Se assim o é, deveriam estar vestidas de uma forma a se enquadram melhor, para não desfocar a atenção de quem assiste. Sendo que, sinceramente, acho que nem sequer eram necessárias, porque aquilo que fizeram também poderia ter sido feito pelos outros actores em palco (visto que muitos deles também re-arranjaram acessórios durante a peça).

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