AE "O sentido do amor" - Crítica

Sinopse: 

O planeta Terra vive uma epidemia a nível global. Nos quatro cantos do mundo, e por razões que nenhum cientista consegue explicar, as pessoas são privadas dos seus cinco sentidos, um após o outro. Certo dia, Michael e Susan (Ewan McGregor e Eva Green) conhecem-se e apaixonam-se. Com um futuro que, até ali, lhes parecia promissor, todas as suas esperanças lhes caem por terra quando se apercebem da inevitabilidade daquela doença. Dessa forma, quando se torna evidente que o mundo está à beira do fim, eles encontram um motivo para continuar vivos: a paixão e o desejo que os seus corpos sentem um pelo outro. E é assim que, nessa entrega total, decidem aproveitar os sentidos que lhes restam... 

Uma história de amor realizada por David Mackenzie ("Young Adam", "Playboy Americano"), segundo um argumento original de Kim Fupz Aakeson

(In)confidência:

Há filmes que nos apanham de surpresa, e "O Sentido do Amor” é um desses casos! Esta produção independente britânica, vencedora no Ediburgh Film Festival, traz-nos uma visão apocaliptica daquilo que pode ser o fim do mundo, muito ao género de "Ensaio sobre a Cegueira", na medida em que também aqui as personagens se vêem privadas daquilo que sempre deram como garantido: os seus sentidos. Mas este filme fá-lo de uma forma diferente, diria até que de uma forma quase poética... Falando de amor e sendo esse aquele que mais nos tolda os sentidos, mas que de todos é o que mais sentido faz, este filme está longe de ser um romance, e nunca, em qualquer altura, nos traz a presunção de um final feliz.
Eva Green e Ewan McGregor partilham no ecrã uma quimica incrivel e interpretam de uma forma de uma forma extraordinária estas suas duas personagens tão humanas e estragadas.