Aqui a minha mente percorre os seus caminhos tortuosos e materializa o mundo em que vive. Aqui nasço e vivo dentro de mim própria. Aqui sou eu e apenas eu, sem qualquer artificio ou algo no género que te faça gostar mais de mim. Aqui me tens, assim, tua.
Já alguém disse em tempos que "a Internet é um mundo!!", o que se esqueceu de dizer é que é um mundo bem bizarro e estranho porque é feito de pessoas que têm grandes pancadas naquelas cabeças(!!) e quando isso se junta ao facto de terem tempo livre a mais e a um chat onde não há qualquer tipo de regras ou limites... não é difícil imaginar o resultado!!
Falo, como é óbvio, de um novo conceito que está a dar muito que falar: 0ChatRoulette.
Para quem ainda ouviu falar, passo a explicar. O ChatRoulette é como que uma roleta-russa de chats que liga pessoas de qualquer ponto do mundo com ou sem webcam ligada. Foi criado por um estudante russo de 17 anos, Andrey Ternovskiy, em Novembro de 2009, e já se trata do novo vício da Internet, pois tem cada dia mais adeptos, tendo já atingido mais de 35 mil utilizadores em simultâneo. E o seu principal objectivo deste site que permite que as pessoas entrem em comunicação com outras aleatórias, foi o de possibilitar conversas virtuais a pessoas de todo o mundo.
O conceito é bastante simples... Quem quiser experimentar, basta entrar no Chatroulette, optar por ALLOW, para a nossa Web ser ligada, ou DENY para declinar essa opção. A seguir basta clicar em PLAY para sermos ligados a um estranho de qualquer ponto do mundo, pronto a conversar. Caso esta não seja do nosso agrado, nada mais simples que um NEXT, para o substituir por outro, completamente aleatório.
Por não ser necessário registo e não ter qualquer controlo, é um site bastante aliciante para quem gosta deste género de aventura. E aí reside o problema, como não têm qualquer controlo mais de metade do conteúdo é para maiores de 18 anos.
Ou seja, tudo o que é maluco vai para ali!! Digamos que eu em uma tarde vi mais pilas que na minha vida inteira!! Mal aparecia a imagem já lá estava uma!! Isto já para não falar nos gajos que até pareciam normais mas que depois a primeira coisa que diziam era "Show me your boobs!!"... ao que eu "Next"!! Mesmo assim, ainda consegui conhecer duas pessoas normais... o que já não é mau!! Bem, em termos de média foram para aí 2 em 30... hum, pois... se calhar, é melhor não fazer uma média...
De qualquer forma, se não tiverem nada para fazer e se se quiserem rir um bom bocado, experimentem. Quem sabe o que vos pode calhar na roleta!!
O país está em alerta por causa do mau tempo. E a situação é tão preocupante que a minha mãe até me ligou a dizer "Filha, tu não me pegues no carro"... é que digamos que o meu "frigorífico" não é coisa mais segura quando estamos a falar de vento!! Ah pois é, deviam vê-lo a atravessar a Ponte Vasco da Gama em dias de ventania... iam ver um carro a dançar pela primeira vez, garanto-vos!!
Mas, pronto, com este mau tempo também não apetece sair de casa p'ró frio... a menos que nevasse!! Aí é que uma pessoa se divertia!!
Will Montgomery (Ben Foster) e Tony Stone (Woody Harrelson) são dois oficiais recém-chegados da guerra do Iraque treinados para uma missão muito delicada: notificar os familiares dos soldados mortos no terreno. Pelo carácter da sua missão, os dois criaram uma relação de profundo respeito mútuo. Até que Will dá por si emocionalmente envolvido com Olivia Pitterson (Samantha Morton), uma das viúvas por eles notificada. Tal vai contra todas as regras estabelecidas e acaba por provocar um grande conflito moral entre ambos... Estreia na realização Oren Moverman, venceu o prémio para melhor argumento no 59º Festival de Berlim e está nomeado para dois Óscares: melhor actor secundário (Harrelson) e melhor argumento original.
(In)confidência: Uma profissão que eu, definitivamente, não tinha estofo suficiente para a ter.
Shutter Island é a arte da manipulação e sem dúvida que dá gosto ser manipulado por um filme assim. A música, os planos, a luz, a montagem, todos os elementos conspiram para nos fazer ceder ao ambiente que o filme faz transbordar da tela e assim no fazer seguir nas direcções que a narrativa pretende seguir.
No que toca a envolver-nos na desconfiança inata a um thriller psicológico, Martin Scorsese conseguiu o seu propósito sem grande dificuldade desde a primeira nota, mas conseguiu muito mais do que isso. Ele conseguiu manter-nos no interior de uma trama que não se simplifica nem dá escapatórias ao público senão mesmo no seu final e mesmo aí tudo se adapta ao que ficou para trás sem precisar de um artifício de lógica.
A resolução do filme surge porque o olhar se mantem fiel à dimensão pessoal do que sucede, à importância que tem o indivíduo. A manipulação existe na construção cinematográfica, na forma como o filme é pensado estruturalmente, as suas partes como forma indispensável de uma experiência que seduz e ludibria o espectador sem ter de sacrificar a lógica do argumento. A história é sobre o sofrimento de um homem. Uma história intricada, mas com um sentido incorrupto e um significado mais importante do que aquele que muitos esperarão.
Quando Teddy chega à ilha já traz uma certa perdição consigo, um desajustamento que é palpável mas cuja causa não se consegue precisar. Magro demais e em claro desmoronamento físico, olha para a ilha como quem mede a dimensão do adversário numa luta de beco. Esta personagem está em confronto com o mundo, um mundo confinado e de regras muito próprias, por isso mesmo mais opressivo ainda. E como todas as personagens em confronto com o mundo, está afinal em confronto consigo mesmo, algo que chega a passar despercebido no seio da trama mas que retorna com força redobrada graças à inteligente e discreta última cena.
Teddy é DiCaprio em grande forma, a atirar-se ao sacrifício de uma personagem que parece estar sistematicamente a perder a substância que a define, sendo que é nesse processo que acabará por se concretizar quando tudo estiver exposto. Uma interpretação assim não é simples, demasiado perto da caricatura que seria tanto a concepção como herói ou absoluto paranóico. Mas ele demonstra que tem o estofo certo para o fazer.
Num filme assim, tão dependente da sua resolução, o melhor que dele pode ficar é o nosso interesse em revê-lo, mesmo que o efeito surpresa nunca volte a ter o mesmo poder. Revemo-lo porque nos interessam as personagens e porque, mesmo conhecendo o final, acabaremos por sucumbir à qualidade cinematográfica que demonstra que esta é, de facto, a arte do hipnotismo: por duas horas não desviamos os olhos do ecrã e nem por um momento regressamos ao mundo real.
(In)confidência: O Leonardo DiCaprio já devia saber que não se devia meter em ilhas... já no outro filme (A praia) ele não conseguiu sair da ilha!! E digamos que tudo aquilo que têm água, ele acaba sempre por se afundar (Olha o Titanic!!). Pois é, rapaz!! Eu se fosse a ti afastava-me de sítios com água!! =P E quanto à tua pergunta (do Leonardo DiCaprio), logo no inicio do filme, em relação ao porquê de até a CIA já ter consultado Dr. Cawley, então não se tá mesmo a ver?! Ele é o gajo do X-Men!!! =P
Caso ainda não tenham reparado, todos os dias o google tem tido um doodle diferente alusivo aos jogos olímpicos :) Vou a partir de agora tentar pô-los aqui à medida que vão saindo :)
Foi com surpresa e algum choque que hoje vi as imagens da catástrofe que assolou a Madeira hoje... Já foram confirmados 32 mortos e 68 feridos, sendo que os números ainda podem aumentar devido às pessoas que ainda continuam desaparecidas. Há 40 anos que a Madeira no tinha um temporal com esta envergadura. De tal forma, que vai ser pedido à União Europeia que decrete estado de calamidade. Felizmente, a minha amiga Mónica encontra-se bem e com a família. Ainda fiquei com o coração apertado quando não consegui falar com ela pelo telemóvel, mas logo falei com outra amiga em comum que já tinha falado com ela e me tranquilizou. E pensar que se fosse daqui a duas semanas eu estaria lá... Ia ser a minha primeira vez lá. Bem, agora resta-me desmarcar a minha viagem (até podia brincar e dizer que o meu azar não parece querer acabar, mas a situação é demasiado grave para isso...). Lá terá de ficar para outra altura a minha viagem à Madeira =(
Todos aqueles que me conhecem sabem que eu adoro fotografia, tanto aparecer (tipo emplastro =P ) quanto tirá-las (por vezes, até penso que devo ser arraçada de chinoca =P ), mas o que não sabem é que eu adorava ter uma daquelas máquinas polaroides... Acho que há tanta magia naquelas fotos pequeninas que congelam o que, por vezes, são grandes momentos... e acho piada ao ter de abanar a foto para que seque mais depressa e ao ver aparecer, como que por magia, a imagem. Se pensarmos bem as fotos são quase como fotocópias que estão sempre a sair da própria máquina. E não há cá programas de retoques ou coisa que o valha, a realidade é aquela(!), seja ela feia ou bonita, perfeita ou imperfeita. É à "old school".
A Serious Man deixa interessantes memórias ao espectador, de personagens e momentos histriónicos onde o humor negro leva a melhor sobre o mais sério dos espectadores. Mas esses momentos permanecem em suspenso, seguros a nada em concreto, flutuando para longe na memória.
Os Coen acertaram no tom do humor, muito negro mesmo, mas falta-lhes propósito. Narrativo, acima de tudo, pois mesmo com tudo girando em torno de um homem sem que pareça ter um destino concreto ou uma ligação sólida; só que igualmente de significado, por mais que já saibamos que eles se viraram para o interior da comunidade que conheceram enquanto crianças e que possam estar em processo catártico ou nostálgico. O que querem os Coen dizer com este filme, o que querem demonstrar ou exorcizar de si mesmos é algo que não chega a concretizar-se perante o espectador.
É desalentador para o espectador andar sem rumo com uma personagem tão interessante como Larry Gopnik à sua frente. Este homem, que parece ser o centro de um mundo profundamente injusto, surge como um misto de mártir perante Deus e um mártir perante Kafka. A sua frase mais recorrente é "Mas eu não fiz nada", na sua incompreensão do porquê de tudo tombar sobre si. Só que nessa incompreensão parece ir também confrontando, com uma irreverência que não se coaduna com um praticante consciencioso da religião, a instituição social da comunidade em que se insere e, pior ainda, o sentido pessoal das suas privações como vontade de um Deus com quem viveu a vida toda sem nunca o ter incomodado.
Parece, porque lá está a questão que fica acima de todas as outras, os Coen não insistem em nada como também não concedem a nada o papel de sugestão intuitiva sobre as personagens. O público é que tem de assumir que isto lá está para não se ver a braços com um vazio absoluto. Vazio que recai sobre todas as caricaturas de que são feitas as personagens secundárias e a que só escapa Larry Gopnik devido a uma interessantíssima interpretação de Michael Stuhlbarg, apagado e perdido ao ponto em que já se torna notório no meio das personagens bizarras que povoam a sua cidade. A sua perplexidade quase permanente associada ao seu disfarce de calma determinação parecem ser marcas de uma personalidade dividida mas com vontade de explodir, submissa à esperança de que tudo retome o seu rumo.
Só que tal como a personagem que dá vida luta sozinha contra o mundo, assim Michael Stuhlbarg parece lutar sozinho contra um filme cuja melhor sequência - a inicial, evocando fantasmas de outras épocas e imaginários - não se parece ligar a nada do que se segue. E nem a sistemática súplica dos irmãos Coen para que "se aceite o mistério" convence, pois se nada questionar e tudo aceitar com a simplicidade que pedia o Deuteronómio fosse a regra, então nenhum filme teria de garantir propósito, lógica ou significado, apenas teria de ser aquilo que apetecesse a quem o faz. O problema é que o filme só termina quando tem público, por isso é preciso pensar com o público e não pedir-lhe que não pense de todo.
(In)confidência: Um filme estranho que gira à volta de um homem que ainda não se encontrou com ele mesmo e que se deixa ir na maré do que os outros lhe dizem.
Adaptado por Tom Ford e David Scearce da obra com o mesmo título do até então esquecido romancista americano (apesar de ter nascido em terras de sua majestade) Christopher Isherwood, esta é uma simples mas poderosa incursão à simplicidade da vida e à maneira como esta deve ser vivida (conclusão alcançada numa espécie de epifania), onde o sentido da vida pode ser ambíguo mas, ao mesmo tempo, claro. Passados oito meses da morte do seu companheiro de há 16 anos, George Falconer, professor de literatura numa universidade da Califórnia, vive o seu último dia de vida pois pretende cometer suicídio. Um luto mal aceite leva-o a repensar a vida e as sua consequências, mas tudo vai tomando um rumo subtil, onde nada nos é dado a entender de forma directa. Os hábitos diários da personagem incutem-lhe uma carga dramática insuportável, que nos leva a entender o enorme vazio que surgiu na sua vida. Este vazio vai sendo complementado com pequenas fugas ocasionais de rotina que lhe concedem uma certa ‘cor’ à sua realidade. E sim, este é um dos pontos fortes do filme.
Colin Firth é sem dúvida o ‘senhor’ de toda a película e este é, até ao momento, o papel da sua vida. Interpreta Falconer com uma rigidez tremenda, balanceando entre o desespero e a esperança de alguém que está prestes a desistir de viver. Os seus hábitos, as suas manias e o seu discurso, são do mais exímio que vi nos últimos tempo no cinema. Contudo, será errado menosprezar aqueles com quem contracena. Julianne Moore está, como nos tem vindo a habituar, fantástica, ou não fosse a cena do jantar um dos pontos fortes do filme, onde a sua personagem, juntamente com Firth, dançam num estado ébrio com nostalgia e depressão. Matthew Goode, aparição em flashbacks como companheiro de Falconer, é sólido no seu papel e Nicholas Hoult, e o ‘puto’ de Era uma vez um Rapaz é um estudante stalker. Também não podia faltar a menção ao fetiche de Ford, o modelo espanhol e recorrente nas suas campanhas publicitárias, Jon Kortajarena, que interpreta um dos encontros de Firth.
A técnica é outro dos pontos que se sobressai, sendo algo fresco e inovador, não fosse Ford um meticuloso por natureza. Toda a fotografia do filme e as alterações que esta vai sofrendo são o melhor exemplo de como ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’. Seria estúpido e até mesmo cliché a explicação forçada, por meio de uma provável voz off, das sensações que o personagem sente em pequenos encontros casuais que lhe ajudam a preencher o vazio que este sente. Ford remeteu este assunto unicamente para o plano estético do filme, onde, na monotonia da sua rotina quase ‘sagrada’, filma em tons desnaturados, em que a cor parece inexistente e que é apenas inserida nesses pequenos momentos já referidos, nessas pequenas sensações que Falconer sente, através de uma explosão de cores a fazer lembrar os filmes da época de 60 (momento em que se insere a história), num estilo Technicolor. Estes pequenos pormenores ajudam-nos a entrar na mente de Falconer e a perceber o porquê dos seus actos. O único ponto que me incomodou foi alguma debilidade técnica nas transições de certos planos que pareciam forçadas, não conjugando de forma decente no seu total ao olho do espectador mais atento, numa mera formalidade na continuidade de planos. No entanto, são pormenores facilmente ultrapassáveis.
Claro está que outros dos pontos fulcrais da obra é, sem dúvida, o cuidado dado ao guarda-roupa e a toda a direcção artística do filme. Entre o rigorismo atendido aos pormenores da época, até aos pequenos toques de bom gosto, nada é descurado e percebe-se que toda a atmosfera está criada de forma harmoniosa. Até na escolha da própria casa em que o personagem vive, do famoso arquitecto John Lautner, foi dada uma atenção especial, pois, e segundo Ford, era preciso que esta fosse de madeira escura tendo em conta Falconer ser britânico.
Um Homem Singular é uma obra que já há muito não via numa sala de cinema, onde à mestria de Ford, que aqui consegue alcançar o que muitos realizadores mais experientes nunca conseguiram, se junta uma excelente escolha de actores e um argumento sublime, onde a simplicidade da história de Isherwood se eleva ao patamar de obra-prima cinematográfica, que nos ensina a viver e a aceitar a vida como ela nos é dada. Tom Ford arriscou e passou. Recomendadíssimo!
NOTA:
O MELHOR:
O ambiente, os actores e a fotografia.
O PIOR:
Nada de relevante, apenas uma certa ‘confusão’ em pequenos erros na continuação de planos.
A FRASE:
“If it’s going to be a world with no time for sentiment, Grant, it’s not a world that I want to live in.” – George Falconer