segunda-feira, novembro 12, 2007

The weasel no Pavilhão Atlântico




O concerto encerra a digressão deste ano dos Da Weasel, assente no álbum "Amor, escárnio e mal-dizer", editado em Maio.Ao longo de mais de duas horas, a banda irá interpretar temas de todo o repertório, alguns dos quais escolhidos pelos fãs, e grande parte do último álbum.

Esta será a primeira vez que a banda arrisca um concerto a solo naquela sala de espectáculos, apesar de já lá ter actuado em 1999, quando assegurou a primeira parte do concerto dos Red Hot Chili Peppers.Desta vez o nervosismo e a expectativa são maiores, admitiu o baixista João Nobre à agência Lusa."O concerto no Atlântico era um namoro antigo, mas achámos que não seria certo fazê-lo antes", sublinhou o músico, a dois dias do concerto."Na altura do [álbum] `Re-definições´ o mais lógico seria fazermos o coliseu e nunca o Atlântico e queremos que o público vá agora ao concerto por causa do nosso trabalho e não pelo `hype´ em torno de nós", referiu o baixista.
O álbum "Re-definições", de 2004, atingiu a quádrupla platina e representou um grande salto na projecção mediática da banda de Almada junto do público português, isto apesar dos registos anteriores também terem conquistado a platina.Aos fãs de hip hop, que os acompanham desde os primeiros tempos, juntaram-se nessa altura admiradores de outros géneros musicais e de diferentes gerações.


No concerto do Pavilhão Atlântico, que será gravado para posterior edição em CD e DVD, deverão estar cerca de 16 mil espectadores.Os Da Weasel surgiram em 1993 e, apesar do primeiro EP ser em inglês, firmaram-se como um das primeiras bandas hip hop nacionais, embora hoje tenham diversas influências musicais, do rock ao funk.Entre os álbuns mais importantes da sua carreira contam-se "Iniciação a uma vida banal - o manual" (1999) e "Re-definições" (2004).Actualmente são formados por João Nobre (Jay Jay), Carlos Nobre (Pacman), Virgul, Pedro Quaresma, Guilherme Silva e DJ Glue.

1º Acto
Depois literalmente caiu o pano e "Adivinha quem voltou", do álbum «Dou-lhe com Alma», foi o tema que abriu o concerto, para gáudio do público, já «nervoso» pela demora da banda para entrar em palco.
A interação entre as bancadas e a plateia com a banda assumiu desde o início uma proximidade intíma e uma cumplicidade notória.
O 1º Acto teve um cariz melancólico. A banda puxou do currículo e recordou temas como "A Essência", "Pedaço de Arte", "Paixão", "Jay", "Selectah", "Real" e fechou com "Dúia". Temas que estiveram presentes no início dos Da Weasel e que contribuiram para a ascensão meteórica do grupo de Almada, eleita por duas vezes, nos prémios MTV, a melhor banda portuguesa . A parte frontal do palco em W, um dos ex-librís da produção, teve um efeito tremendo, permitindo a Pacman, Virgul e seus pares uma maior proximidade da plateia. Ao ponto de até terem distribuído preservativos, numa vertente mais educativa do concerto. Detaque ainda para a excelência da produção nas luzes e cenários, pecando apenas no facto da acústica do Pavilhão Atlântico não ter ajudado.
"Casa" trouxe o primeiro convidado ao palco. Manuel Cruz veio do Porto de propósito para participar no espectáculo e fez valer cada quilómetro que percorreu, pela reacção fantástica do público.
Quem também não faltou ao espectáculo foi Atiba, que «veio para confirmar a beleza das mulheres portuguesas». O cantor deixou a sua marca no tema "Internacional Luv", no qual colabora para o álbum «Amor, Escárnio e Maldizer».


2º Acto
A segunda parte do espectáculo começou com uma desobediência de Pacman. O cantor revelou que a mãe lhe tinha pedido para não dizer palavrões, mas não havia como escapar e "Bora lá fazer a p*** da revolução" era um tema obrigatório.
Seguiu-se uma ligeira homenagem a José Luis Peixoto, autor do poema "Negócios Estrangeiros", brilhantemente adaptado pelos Da Weasel para a música.
Já com o maestro Rui Massena e a orquestra em palco, a banda interpretou quatro temas: "O Verbo", "A Adição", "A Palavra" e "Mundos Mudos". O pianista Bernardo Sassetti foi outro dos convidados e trouxe consigo belos momentos e uma musicalidade totalmente diferente do tipo de música produzida pelos Da Weasel, mas que em conjunto resultou na perfeição.

3º Acto
O último acto começou com um Jam do Dj Glue. Esta parte do espectáculo integrou alguns do temas mais populares da «Doninha». "Força", "Carrossel e "Niggaz", abrilhantado por um sketch dos Gato Fedorento, fizeram as delícias do público.
Para o final ficaram guardados três dos singles mais famosos da banda. "Re-Tratamento", "Dialectos de Ternura" e "Tás na Boa" foram cantados em coro por um Pavilhão Atlântico em êxtase.
A história dos Da Weasel ficou mais rica a partir de hoje, numa noite de consagração para a banda e para a música portuguesa. A mega-produção certamente não irá ser esquecida por nenhum dos presentes e estará disponível para quem não pode estar presente, porque irá ser editado em DVD.


2 comentários:

Anónimo disse...

as minhas irmas estavam la e no fim fui buscalas. deve ter sido muito bom porque elas têm bom gosto.

Marta da Cunha e Castro disse...

Foi giro o concerto! Tocaram os "grandes clássicos", mesmo as musicas mais antigas como o "Duya" (que até foi giro ver porque as pitas ditas fãns nem conheciam a música). E teve fogo e tudo!! Mas o melhor mesmo foi não ter pago eheheeh