terça-feira, junho 05, 2018

Não és meu.


Hoje és de outra. Não meu. Na tua mão não é a minha que pousa. No teu coração não sou eu que pertenço. Sei que não voltarás a ser meu e sinto-te a saudade a cada dia que não estás. Sei que é loucura, insanidade até. Já te deveria ter esquecido. Já não deverias fazer parte de mim. Mas, se calhar, é isto que é amor. Se calhar, é isto que significa verdadeiramente amar alguém. Se calhar, é isto que os poetas e escritores e leigos querem dizer quando afirmam que o amor nunca morre. Porque mesmo longe, depois de tanto tempo, continuas em mim. Apesar de já não seres meu. Apesar de não querer. De não te querer. Mas estás lá. Como se fosses parte intrinseca de mim. Mas, depois, não és meu. Não me pertences, ainda que repouses em mim. E esta falsa ilusão, ainda que não se confunda com realidade, vai existindo assim, em mim, incomodando-me os sentidos. Fazendo-me sentir-te a falta.

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