domingo, janeiro 14, 2018

Morrer de amor


Li em algum lado que devíamos morrer de amor quantas vezes fosse preciso até encontrarmos a pessoa certa, e embora perceba o sentimento adjacente teimo em discordar. Nada é mais triste do que ver um amor morrer e nada é pior do que morrer de amor. Porque quando morremos de amor morre também uma parte de nós, uma parte bonita. E a cada morte só nos tornamos cada vez mais frios e indiferentes. É que quando se morre de amor há coisas que se perdem para sempre. Acho sim que devemos tentar e viver os desenganos até chegarmos aquele alguém que é o nosso destino, e sei que os desgostos fazem parte da aprendizagem que enquanto pessoas todos nós temos de passar para amadurecer e crescer. Mas a morte de um amor é como a própria palavra diz uma morte e uma morte não se pode tomar de ânimo leve, a morte não é um novo começo, é um fim. Um fim duro e triste. Entendo que estejamos condenados aos desencontros do coração, mas espero que perante esses desfasamentos apenas nos encolha o coração. Porque é normal, faz parte do processo. Também precisamos de tempo para nos sarar e interiorizar tudo aquilo que não correu como o planeado, nem que seja por todo o investimento emocional que cada um de nós faz sempre que enceta uma relação. Mas é um mero encolher do coração... depois ele poderá novamente crescer e expandir se, se calhar até um tamanho maior do que tinha. Porque não morreu, apenas teve de se superar. E o problema de morrer de amor é que além de morrermos um pouco com ele ele nunca morre verdadeiramente e também deixa um pouco de si, dessa sua morte connosco, para nos assombrar no próximo. Portanto agora recuso me a ter de morrer de amor porque quando o morrer morrerei de vez... já não tenho assim tanto de mim para dar.

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