Peça de Teatro improvisada de 1h15 (sem interrupções para pedir novas intervenções à plateia) que nasce de uma sugestão inicial do público. É uma viagem pluridisciplinar, que mistura Teatro, Música e Pintura num ambiente improvisado mas com conteúdos mais poéticos, sensoriais e emocionais. Ao longo da peça vai sendo criado um fado, único em cada espectáculo. Composto por 3 actores, 1 pianista, 1 guitarrista e/ou 1 cantora, 1 pintor.
Sinopse:
Peça de teatro 100% improvisada, nasce a partir da inspiração de um fado escolhido aleatoriamente pelo público, no início de cada espectáculo. Sem estrutura, cenas, personagens ou textos pré-definidos, cada espectáculo IMPROFADO é criado em conjunto com o público e em tempo real, combinando, de forma poética e emocional, artes tão diferentes, e ao mesmo tempo tão complementares, como a música, a pintura e o teatro.
Pouco a pouco, a narrativa ganha forma através das relações humanas que se geram e das ligações entre as diversas cenas. Se a princípio tudo parece desconexo, aos poucos a lógica instala-se assente na improvisação dos actores que se desdobram em múltiplas personagens e aproveitam positivamente todos os contributos dos presentes. Também em palco, músicos e cantor/a criam em tempo real temas e melodias de suporte às diversas histórias, enquanto um pintor as vai ilustrando.
Cada espectáculo é único, irrepetível e tem um fado próprio. Cada espectáculo é possível pela extraordinária dinâmica de grupo existente que, apesar de assente num profundo conhecimento mútuo e na utilização de técnicas comuns, consegue em palco e em tempo real que o improvável se torne real.
(In)confidência:
Como definir e opiniar sobre um espetáculo que não tem guião, um fio condutor óbvio, algo que ninguém tem certeza do que esperar? Um espetáculo de improviso é exactamente isto, embarcar rumo ao desconhecido, escolher uma direção e a partir daí seguir sempre em frente, sem certezas mas com muita ginástica intelectual, e por vezes também fisica.
Com o nome de Improfado e com local o próprio Museu do Fado, cedo algo dizia que esta não era uma noite "tradicional" de improviso. Assim, o trio Os Improváveis, foi acompanhado de live painting, onde um artista ilustrou as personagens, cenários e histórias inventadas na hora, com a ajuda do público captando os momentos mais marcantes de cada intervenção. Houve também algo que eu pessoalmente nunca tinha presenciado, um compositor ao piano, um tocador de viola e uma cantora, que também eles, elaboraram pequenos trechos musicais improvisados, sem qualquer combinação sobre o ritmo, letra e tom da música. Algo tão inesperado e cheio de talento que deixou muitos de boca aberta em espanto.
Tinha sido de esperar que os momentos de improviso, despoletassem maioritariamente momentos de comédia, mas como foi explicado por Marta Borges (um terço do trio de actores, composto também por Telmo Ramalho e Pedro Borges) esse não era exactamente o objectivo, pois esse seria o de criar personagens e situações credíveis que poderiam ou não conter momentos de comédia. Tendo em conta que este tipo de performance não tem nada definido, a comédia surge por si só. Por entre os diálogos inventados, por entre as situações e pelo facto de múltiplos personagens terem sido feito pela mesma pessoa e na mesma cena, a comédia está sempre implicita, sendo por vezes uma reação de incredulidade sobre a fala que foi dita por qualquer um dos artistas. Muito "improvável" e também muito bom!!
Muito podia ser dito sobre as personagens interpretadas nesta noite, mas essa é a essência da comédia de improviso. O acto único e irrepetível, o happening, o facto de cada espetáculo ser diferente e nunca, mas nunca poder ou conseguir ser igual ao ser antecessor. Noites únicas que devem ser vistas e experienciadas por todos os que tiverem dentro de si aquela pequena semente do caos, da procura da ordem através de actos ao calhas, partir para o desconhecido e perceber que por vezes nem os próprios artistas têm controle sobre as suas próprias criações. Imperdível!!!
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