Na passada sexta-feira, fui "arrastada" até Palmela, mais propriamente até ao miradouro do Castelo para ver um espectáculo chamado "Pino do Verão", o que eu não esperava era ver uma rapariga a ficar completamente nua em cima do monte com aquele frio todo (já para não falar à frente daquelas pessoas todas!!)!!
Evento comunitário de grande impacto cénico e carácter sazonal, o “Pino do Verão” alia teatro, canto e música à poesia de Eugénio de Andrade. João Brites é responsável pela dramaturgia, encenação e espaço cénico do espectáculo, e Jorge Salgueiro assume a composição e direcção musical.
O conceito nasceu há vários anos, no âmbito do FIAR – Festival Internacional de Artes de Rua. Este ano, a aprovação da candidatura ao QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, com vista à Recuperação e Dinamização do Centro Histórico de Palmela, permite retomar esta celebração, numa parceria entre o Teatro O Bando, a Câmara Municipal e a Associação FIAR.
A Palmeloa – «figura mater de Palmela, Deusa-Mãe, altiva, forte e geradora de paixões carnais, de cujo ventre brotam os elementos Água, Ar, Terra e Fogo» - é a personagem principal do espectáculo. Juntam-se-lhe o Senhor de Branco, que conduz os povos na busca de felicidade; os Mordomos da Festa, filhos da Palmeloa, que garantem que o julgamento se realiza todos os anos; os Vassoureiros, filhos dos Mordomos, que guardam o jazigo; os diabretes, representação sarcástica dos povos oprimidos, que aguardam o julgamento anual nesta noite mágica. Misticismo e ritual conjugam-se com uma reflexão sentida sobre o estado do mundo, em jeito de balanço anual.
O “Pino do Verão” tem entrada livre, sendo pedido, apenas, que o espectador traga uma lanterna. É possível, também, levar cadeira (que poderá ser colocada no dia anterior) e é aconselhável levar uma manta.
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