Todos os anos, pela altura do Verão, lá vou para Ribeira de Pena, o meu retiro espiritual. E todos os anos, eu recordo os verões que já lá passei. Tantas histórias... Tantas pessoas... E a verdade é que trago sempre algo de novo na algibeira, no caminho para casa, para Lisboa.
É bom ver a evolução das coisas que nos rodeiam, das coisas de sempre. Como é bom ver que também há coisas que não mudam.
Ribeira de Pena tem crescido e evoluído. Eu brinco com as pessoas de cá dizendo que o primeiro sinal de evolução é o facto de já cá haver uma loja dos chineses. Quem sabe se algum dia também não há um macdonald's?! Certo é que a autoestrada já vem até cá, encurtando o espaço que existe entre a "minha" terra e o resto do mundo. Mas, por vezes, penso que esse mesmo espaço ainda é algo deveras maior que uma simples kilometragem.
A vida na cidade é bastante diferente do que a vida no campo ou num meio pequeno (como lhe queiram chamar, porque a mim é-me um pouco indiferente). Na cidade vive-se com mais ligeireza e no stress dos dias. Aqui não é bem assim (aqui, porque escrevo de Ribeira de Pena). As vidas das pessoas são diferentes. As perspectivas das coisas são diferentes. E isso faz com que me leve a repensar a minha vida. É um exercicio curioso.
Olho para as pessoas que em determinados momentos fizeram (e algumas ainda fazem) parte da minha vida e vejo um hiato deveras assustador. Eu tenho 24anos e considero-me uma miúda. Pronto, sou advogada estagiária (ou brinco aos advogados, como eu própria costumo dizer), mas continuo a ser uma miúda. Agora, olho para essas pessoas, que são da minha idade ou de muito lá perto, e vejo mulheres, não miúdas como eu. Uma delas (a mais importante) namora há 5anos e meio (e como eu sei que ela vai ler isto, vou me meter com ela: "Já tá na hora de trocares, não achas?! =P ), diz que tão depressa não se casa (hum, pois pois... Ela ainda há-de é ter uma filha que há-de ser a minha menina das alianças =) E do meu primeiro casamento!! Sim, porque eu espero ter a sorte de me casar com o homem da minha vida!!), mas a verdade é que ela pode não ter os papeis assinados mas é como se já fossem casados; outra vai casar-se em Setembro; outra está grávida de uma Margarida; outra está agora a divorciar-se... E eu tenho 24anos e no meu horizonte casamento é uma palavra que não se equaciona tão depressa... Porquê? Porque, e como já tinha dito, sou uma miúda... e também não só! De qualquer forma, e graças a Deus, ainda não começaram com aquelas belas perguntas do "Então quando é que casas?". Mas é engraçado pensar que quando era criança haviam aqueles jogos de quando é que nós achavamos que iamos casar e quantos filhos iamos ter, e eu sempre dizia que ia casar com 26/27 anos... E, agora que penso nisso, continuo a achar uma boa idade para casar, mas mesmo que fosse um namoro de agora 2anos de namoro parece-me pouco para casar... Logo, "not gonna happen", pelo menos tão cedo. Porque há coisa que não devem ser levadas na ligeireza dos dias que passam por nós.
E são estranhos esses os caminhos que tomamos e nos separam. E a autoestrada que nos põem agora um pouco mais perto, não consegue anular a diferença que existe em nossas vidas.
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