terça-feira, dezembro 11, 2007

Os 20 anos do Circo de Feras








Zé Pedro deixa o aviso: "Quem for ao Campo Pequeno no fim-de-semana não vai ver um concerto dos Xutos & Pontapés." Os 20 anos de Circo de Feras, álbum que transformou o percurso da banda, serão comemorados com três espectáculos (o primeiro, amanhã à noite, já esgotado) que contam com a música dos Xutos como protagonista, num enredo construído à volta do imaginário circense.


Em 1987, após currículo construído em circuitos independentes, já numa editora multinacional, Circo de Feras trouxe aos Xutos visibilidade e meios que permitiram novos projectos. Motivos suficientes para que a comemo- ração "fosse especial e passasse além do simples concerto", lembra Zé Pedro. A ideia de "circo rock'n'roll" ganhou novo alento com João Miguel Garcia como encenador. "Procurámos criar um conceito em volta do disco, como se de uma personagem se tratasse, com os seus dilemas e conquistas", diz. Cada canção conta uma história, interpretada pelos números de novo circo que acompanham a banda. "Os Xutos fazem parte da consciência da música portuguesa", lembra João Miguel Garcia. "Procurámos transformar isso em algo palpável, que absorvesse a atenção do público." Os Xutos "tornam-se as feras", num circo que é construído "em volta da sua vontade de vencer", com uma produção que envolve cerca de 150 pessoas, com mais de quatro dezenas de artistas num palco que marca o encontro entre um concerto rock e o circo.Circo de Feras, o álbum, será interpretado na íntegra mas não é o único momento a revisitar no Campo Pequeno. Minha casinha e A minha aventura homossexual com o general Custer serão também protagonistas (ambos editados no 7.º single, também de 1987), além de outros temas que os Xutos tornaram obrigatórios. Fernando Júdice (ex-Trovante e Madredeus), director musical, recorda que "todo o espectáculo está construído em volta dos pensamentos que deram origem ao disco, com o 'ser português' da época". O alinhamento procura, por isso, "a melhor relação entre temas de discos distintos e a sua interacção com os números de circo, videoprojecções e convidados especiais". O grupo de percussão Wok e um grupo de gospel são visitas que dão nova personalidade a temas clássicos do rock em português e, ao mesmo tempo, "integram na perfeição do sentido das melodias e das letras que se cantam", explica Fernando Júdice. com DAVIDE PINHEIRO




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