As pessoas diferem-se umas das outras pelas suas imperfeições. Pessoas perfeitas não teriam piada nenhuma, verdade seja dita. São as nossas particularidades que nos tornam diferentes. E devem ser por elas mesmo que devemos gostar de alguém. É claro que a primeira coisa que nos atrai em alguém são as suas qualidades. É isso que nos puxa, nos leva até ela. Mas o que nos faz querer ficar é mais do que isso. E deve ser também aquilo que nos até não gostamos muito mas, que se formos a ver bem, é aquilo que caracteriza essa mesma pessoa. É também isso que faz dessa pessoa o que ela é. Como diria um certo cantor português “Não é por ele que te quero amar, embora seja ele que me vá enganar (...) Com lados felizes eu já não me iludo (...) Toda a alma tem uma face negra, nem eu nem tu fugimos a regra (...) “.

Lembro-me daqueles jogos que fazíamos quando éramos miúdos, tipo questionário. Lembro-me de num deles haver uma pergunta do género “ Se pudesses mudar alguma coisa na pessoa que gostas o que seria? ”. Eu respondia sempre que nada porque tinha medo de alterar a própria pessoa. É um pouco se voltássemos atrás e mudássemos certos acontecimentos, por mais pequenos que eles fossem, podia ser que se mudasse a história toda.
É claro que não falo daqueles defeitos gigantescos. Esses é sempre uma benesse se desaparecerem. Falo daqueles pequenos, que deixam até de ser defeitos para ser características muito nossas, ou até mesmo traços de personalidade. São esses que nos tornam nós próprios.