Sinto-me a perder as forças, não sei por quanto tempo aguentarei. Ontem gastei todo o sal que havia em mim. Hoje ainda tinha lágrimas... o que me surpreendeu. Será que elas nunca mais acabam? Deveriam. Tou cansada de lutar contra sei lá eu o quê... Estou a perder-me no caminho. E ele não me ajuda. Ele sabe e mesmo assim prefere que eu me perca. De que tem ele tanto medo? Que lhe roube terra? Não o farei. Apenas quero partilhar. Porque noa me permite ele entrar no seu mundo? Porque não se permite ser meu? Estive até agora sentada nos degraus, à sua porta, à espera que ela se abrisse para mim. Só para mim. Não trouxe mais ninguém. Mas ela não abriu. Esperei e esperei e... nada. Ela não se abriu. Tentei com a minha chave e... nada. Ela não se abriu. Terei eu a chave errada? Sei que ele tem a certa m... ele não me abre a porta. Não estará porventura ele em casa? Mas eu ouvi-o lá dentro. Seria apenas a televisão que deixou acesa para afugentar os ladrões? Cansei-me de esperar sentada. Levantei-me e gastei as pedras dos degraus nesta espera que cada vez mais me parece inútil. ( Já alguma vez lhe disse que odeio esperar? ) E mesmo assim esperei. Acho que vou agora começar a descer um a um os degraus que tanto subi... pois, a porta continua fechada...
quarta-feira, maio 31, 2006
segunda-feira, maio 29, 2006
domingo, maio 28, 2006
É com lágrimas nos olhos que me despeço da tuna dentro de mim... digo dentro de mim porque eu sou da tuna muito para lá do 4anos que dela fiz parte. A tuna já era minha muito antes de eu entrar para a faculdade. Era um ideal e um desejo dentro de mim. Por isso é que estive na tuna tanto tempo. Desde o inicio que sempre fui o patinho feio e mesmo assim permaneci na esperança que tudo pudesse um dia vir a mudar. Mas não mudou. É triste que existiam filhas e enteadas, porque ali algo nos devia unir. É muito triste dizer, pensar e sentir que passados 4anos não tenho uma única amiga a sério lá. Somos meras colegas. Se isto sempre foi assim podem-se perguntar o porquê de só agora... A resposta é simples: chega a uma altura em que tudo se torna saturante e que não dá mais. Foi um culminar de factores. Mas não pensem que teve alguma coisa a ver com pessoas de fora porque não teve. O que me levou a ter esta atitude( que tenho a certeza que só me afectou a mim, porque sei que ninguém vai dizer que foi uma pena ou que eu era uma mais valia, da mesma maneira que ninguém sequer tentou saber os meus motivos ou tentou me dissuadir de fazê-lo ) não forma as pessoas de fora mas sim as pessoas de dentro. Desiludi-me com elas. Tentei, por várias vezes, dar-lhes oportunidades para me provarem o contrário, mas nenhuma as agarrou. E para sentir que não faço falta e que sou transparente posso fazê-lo noutro lado qualquer, com pessoas que eu não conheça. E, também, porque, acima de tudo, eu prezo o respeito.
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Dizem que os opostos se atraem. Dizem também que as pessoas quando são diferentes completam-se. E dizem ainda que o povo tem razão, que é sábio. Mas não será uma contradição afirmar isto? Se duas pessoas são diferentes, tem maneiras diferentes de encarar a vida e sentir as coisas, como podem elas conseguir lidar uma com a outra? É sempre bom poder ter duas perspectivas diferentes da mesma coisa mas como concilia-las sem perder a individualidade? Será possível ter duas visões coexistentes? Parece-me um pouco difícil. Se uma pessoa for o fogo e a outra a água, podemos dizer que elas se completam, mas o que fica no meio senão as cinzas? O fogo não terá por onde arder e a água evaporá. Separadas mantêm as suas características mas juntas nunca terão um meio termo e nunca serão elas próprias... perder-se-ão.
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terça-feira, maio 16, 2006
O Sr. dos relógios nunca tem tempo. Parece o coelho da Alice no país das maravilhas. Chega sempre atrasado. E nunca tem horas. Deixa-me séculos a sua espera... e não pede desculpa quando chega. Treinando os outros na arte de esperar. Mas a espera não acalma, muito pelo o contrário. Nunca hei-de perceber estas pessoas, de hoje, cheias de pressas. Pessoas que depois deixam o mais importante por fazer. Pessoas que não percebem o significado de se perder no momento.
O Sr. dos relógios nunca olha para o seu pulso. E foge de quem lhe quer mostrar outro tipo de vida. Só confia em si próprio. Não acredita nas horas dos outros porque para ele têm sempre minutos a mais ou a menos. Não se lembrará ele, por ventura, que é o sol quem diz as horas?
O Sr. dos relógios nunca olha para o seu pulso. E foge de quem lhe quer mostrar outro tipo de vida. Só confia em si próprio. Não acredita nas horas dos outros porque para ele têm sempre minutos a mais ou a menos. Não se lembrará ele, por ventura, que é o sol quem diz as horas?
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Existem várias maneiras de amar alguém. Há quem ame pelo físico, pela personalidade, pelo sucesso, pelo dinheiro, por conveniência, pelos outros. Mas há ainda quem ame só porque sim sem saber o porquê e o como. Essa, para mim, é a melhor forma de amar alguém e é a mais bonita, porque é a mais pura e genuína. Amar é ser ingénuo.
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Escrever, para mim, é uma espécie de terapia. Não me sinto eu se não tiver um papel e uma caneta. Sinto sempre a necessidade urgente das palavras dentro de mim. Não as consigo conter cá dentro. Elas vencem-me pelo cansaço. Sinto-me extravasar. Preciso de as pôr em papel. Escreve-las. Torna-las mais que minhas. Torna-las passivas e possíveis de apoderação. Condeno-me em uma folha de papel. E quando elas ecoam demasiado alto, ensurdecendo-me, calo-as rasgando o papel. Convenço-me disso. Hei-de sempre escrever em papel. Recuso render-me a pequenas teclas desordenadas. Não me vendo. Prefiro escreve-las e rasga-las, ouvir o barulho delicerado, como se fossem elas a gritar. Delete? Mas eu não as quero apagar como se elas nunca tivessem existido. Quero rasga-las, trocida-las, faze-las sofrer... tal como elas fazem comigo. Senão onde terei eu o meu pequeno prazer?
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quinta-feira, maio 11, 2006
domingo, maio 07, 2006
Serei o diabo em pele de mulher. Serei a tua desgraça mas a tua alegria. Pecarás em meu nome. Venderás a tua alma o para me teres um pouco mais. Trilharás um caminho sem volta. Nada te puderá salvar. E gostarás. Não pedirás perdão. Quererás mais e mais e ainda um pouco mais. O teu pecado será a tua/a minha morte. Serás o meu cordeiro. Serei o teu lobo. Seremos dois e seremos um. Serás a minha prostituta ao proferires as minhas palavras.
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Ensaios da peça de Direito Romano
sábado, maio 06, 2006
sexta-feira, maio 05, 2006
Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»).
Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
Estou tão feliz!! A minha prima Maria nasceu hoje! Gordinha... com 3,700kg. Com cabelinho e tudo! Tou em pulgas para a ir ver. Tenho daqueles sorrisos parvos estampados no meio da cara. Como é que alguém que ainda eu nem sequer conheço me consegue pôr neste estado? Eu até já me imagino a fazer festinhas para ela de branca de neve ou de minnie... bem, vou-lhe dar tanto mimo...
No mundo actual, nas sociedades ocidentais crê-se que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Eu creio que não: roubaram-nos a utopia; e, depois de nos terem roubado a possibilidade da utopia, apenas sobram as batalhas individuais - o que se quer fazer com a vida.
Autor: Torrente , Marcos Giralt
Eu não concordo. Podemos não viver no melhor dos mundos mas a utopia nunca a poderão roubar. Porque pode se possuir o corpo de um homem mas não o seu espirito. Esse, é livre. Voa sem que ninguém o possa apanhar. Nós somos feitos de sonhos e é isso que nos move. Nós somos guiados pelas nossas próprias utopias. E sim, muitas vezes, sabemos perfeitamente que elas não se concretizaram porque não passam disso mesmo, de meras utopias. Mas continuam a ser nossas, mesmo que a realidade nos vá fazendo desmoronar por dentro. Um homem sem sonhos é um ente vazio. Oco de sentido. Teremos sempre a visão de um mundo melhor mesmo que ele nunca chegue a existir... dentro da nossa mente ele ganha vida... é nosso. Sim, podemos ser cépticos. Dizer que nada vai mudar. Mas a verdade é que nunca o poderemos afirmar com uma certeza inegável. Haverá sempre aquela margem de manobra por muito mínima que seja que nos pode fazer acreditar que é possível.
terça-feira, maio 02, 2006
Carta a um estranho
Sabes onde eu vejo que sou realmente estúpida? Em não ser capaz de dizer “Acabou” porque sei que se o fizer tu vais dizer “Está bem, se é isso que queres” e não vais agir como alguém apaixonado e dizer “Não faças isso. Eu amo-te. Não me deixes. Nós temos tudo para dar certo. Vai dar certo, prometo. Não desistas de nós. Dá-me mais uma oportunidade para te fazer feliz, eu sei que sou capaz. És a mulher da minha vida. Não consigo, nem quero, imaginar a minha vida sem ti”. Eu sei que não correrás atrás de mim. Basta eu dizer “Não me fazes feliz” e tu deixas-me, em vez de lutares por isso, de lutares por nós. Não acabo com medo que acabe mesmo, com medo que não corras atrás de mim. Não é estúpido? Não acabo com a esperança de um dia venhas gostar de mim da maneira que eu gosto de ti. E até lá? E se o lá nunca chegar? Sou estúpida porque fico contigo quando sei que não me amas da mesma forma, quando sei que o que eu sinto é muito mais intenso... e entristece-me profundamente. Como é que eu fui me deixar apaixonar assim por alguém depois de tudo o que eu passei? Quando jurei a mim mesma que não iria deixar isso acontecer! Porque não me amas? Porque não me amas perdidamente? Porque não me amas intensamente? Porque é que quando me beijas não sentes que quase perdes os sentidos? Como és capaz de não sentir a necessidade de ouvir a minha voz, de me dar a mão, de me dar um beijo? Como és capaz de me desprezar assim quando eu te amo? Como és capaz de não me corresponder da mesma forma? Como fui eu capaz de me deixar arrebatar assim? Como fui capaz de baixar as minhas defesas e deixar-te entrar dentro de mim? Tu és feliz sem mim. Tu não precisas de mim para ser feliz. E se assim o é, então nós não fazemos sentido. O tempo transformou-se numa mera convenção. Ele deixou de ter qualquer significado. Eu dei-me a ti! Porquê? Porque fiz eu isso? Porquê? Porque quebrei aquilo em que acredito? Porque não esperei para ver se merecias? Porque não ouvi eu a razão que me dizia para ter cuidado, para te ensinar a dar valor? Tiveste-me ao estalar os dedos. Sou uma marioneta nas tuas mãos. Tens-me nas tuas mãos. Sou um brinquedo do qual te cansarás e quando passar o factor novidade ficarei na prateleira como os outros. Tens-me como certa, como garantida. Não lutas por mim ou por nós, não tentas provar que me mereces. Ages de uma maneira prepotente e arrogante ao assumir que estou aqui e sou tua. E se outro aparecer e isso mexer comigo? Vais deixar simplesmente? Não sou importante o suficiente para lutares por mim? Serei assim tão insignificante que não tens medo de me perder? Se me amasses, saberias. Se me amasses entenderias tudo isto de que falo. Se me amasses terias medo. Já reparaste que é quando eu mais preciso de ti que tu não estás?! Mas como é que eu posso acabar algo que supostamente ainda nem começou?!
Excerto de uma vida por contar
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Desabafos
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